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John Kerry: "É preciso responsabilizar políticos por causa do clima"

O antigo secretário de Estado norte-americano entre 2013 e 2017, John Kerry, intervem durante a conferência " O futuro do Planeta"
O antigo secretário de Estado norte-americano entre 2013 e 2017, John Kerry, intervem durante a conferência " O futuro do Planeta" Direitos de autor © 2019 LUSA - Agência de Notícias de Portugal, S.A.ANTÓNIO COTRIM
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Kerry explicou que "é crítico elevar o esforço e forçar o sistema a responder", lembrando o movimento cívico que levou à primeira criação de legislação ambiental significativa nos Estados Unidos no princípio da década de 1970 e defendeu que é preciso "chamar os políticos à responsabilidade".

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O ex-responsável da diplomacia norte-americana John Kerry afirmou hoje que o mundo está a perder a luta contra as alterações climáticas porque ninguém cumpre os compromissos assumidos no acordo de Paris e há líderes que não acreditam na ciência.

"A triste verdade é que não estamos a ganhar. Não há um único país a fazer aquilo a que se comprometeu em Paris", disse John Kerry, em Lisboa, no último dia da conferência "Futuro do Planeta", promovida pelas fundações Oceano Azul e Francisco Manuel dos Santos.

Por exemplo, disse, na cimeira do clima em que quase 200 países se comprometeram a limitar o aquecimento global, estabeleceu-se um fundo verde que receberia 100 mil milhões de dólares (90,2 mil milhões de euros).

"Sabem quanto é que lá está? Menos de cinco mil milhões de euros. Como é que podemos dizer a alguém que levamos isto a sério? Ainda não estamos a levá-lo a sério", disse a uma plateia repleta, no Teatro Camões, no Parque das Nações.

Kerry afirmou que "é crítico elevar o esforço e forçar o sistema a responder", lembrando o movimento cívico que levou à primeira criação de legislação ambiental significativa nos Estados Unidos no princípio da década de 1970 e defendendo que é preciso "chamar os políticos à responsabilidade" e travar a exploração e contaminação dos oceanos.

"Isto não diz respeito só aos peixes e às tartarugas. Diz respeito a nós, porque 51 por cento do oxigénio que respiramos vem do oceano. Eu aprendi isto no liceu e é importante termos Presidentes de nações e líderes que compreendem e acreditam na ciência", salientou.

John Kerry lembrou que, em 2015, os signatários do acordo, mesmo "os relutantes, que tinham que ser arrastados para a mesa das negociações", disseram que iam aplicar capital nas energias renováveis e que "isso aconteceu...no primeiro ano", com "358 mil milhões de dólares investidos, que pela primeira vez na história humana foi mais do que se investiu nos combustíveis fósseis".

No ano seguinte, "a mesma coisa, mas depois mudou, apareceu o Presidente Trump", e "no ano ado, as emissões [de dióxido de carbono] subiram na Europa, nos Estados Unidos, no mundo inteiro".

Os recordes de temperatura sucedem-se há décadas e "alguém, presidentes, ministros das Finanças", deviam entender a mensagem.

O problema, afirmou, é que os governos ainda são demasiado lentos para um mundo em que "as ideias se movem mais depressa, como as mentiras, como os bens de consumo, as pessoas, a tecnologia ou a inteligência artificial".

Por isso é que é preciso, defendeu, "mover uma massa de pessoas com o direito de voto, para votarem pelo futuro".

"Não estamos a dar conta do recado. Por isso é que uma data de miúdos faz greve à escola e nos abana para acordarmos e reconhecermos que as alterações climáticas estão a mudar a química básica dos oceanos, mais depressa do que aconteceu nos últimos 50 milhões de anos", declarou John Kerry.

É por isso que já se contam pelo menos "500 zonas mortas" nos oceanos, "todas criadas pelas escolhas feitas pelos humanos, lugares onde nada vive".

John Kerry temperou o pessimismo com a convicção de que, fazendo das questões ambientais uma questão de votos, é possível chegar às mudanças necessárias.

"É o desafio do nosso tempo, não só da nossa geração, mas de todas. Estamos aqui juntos porque é a luta das nossas vidas. Se não acham, a-se algo de errado convosco", disse à plateia, durante o debate que protagonizou com a bióloga marinha norte-americana Sylvia Earle.

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