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A proposta de OE2019 ser\u00e1 votada na generalidade, na Assembleia da Rep\u00fablica, no pr\u00f3ximo dia 30, estando a vota\u00e7\u00e3o final global agendada para 30 de novembro. \u0022A classifica\u00e7\u00e3o de eleitoralista deixo para os comentadores\u0022 O ministro das Finan\u00e7as, M\u00e1rio Centeno, disse hoje que deixa \u201ca classifica\u00e7\u00e3o de eleitoralista\u201d da proposta de OE2019 para \u201cos comentadores\u201d, recusando tamb\u00e9m que as metas sejam \u201ara agradar\u201d aos parceiros de esquerda. \u201cA julgar pelas perguntas dos seus colegas [essencialmente sobre cen\u00e1rio macroecon\u00f3mico, fiscalidade e fun\u00e7\u00e3o p\u00fablica], \u00e9 dif\u00edcil considerar este or\u00e7amento eleitoralista\u201d, respondeu M\u00e1rio Centeno aos jornalistas na confer\u00eancia de imprensa OE2019, no Minist\u00e9rio das Finan\u00e7as, em Lisboa. E acrescentou: \u201cA classifica\u00e7\u00e3o de eleitoralista \u00e9 uma coisa que deixo para os comentadores\u201d. \u201cTemos comentadores com muitas forma\u00e7\u00f5es, alguns com um d\u00e9fice de aten\u00e7\u00e3o face ao que \u00e9 a pol\u00edtica or\u00e7amental do Governo, mas temos muito tempo para esse debate [sobre o OE2019], onde, aproveito j\u00e1 para dizer, o ministro das Finan\u00e7as n\u00e3o participa\u201d, referiu M\u00e1rio Centeno. Na segunda-feira, M\u00e1rio Centeno entregou a proposta do Governo de OE2019 ao presidente da Assembleia da Rep\u00fablica, Eduardo Ferro Rodrigues, \u00e0s 23:48, 12 minutos antes do prazo limite para a entrega do documento. O\u00e7amento para agradar \u00e0 esquerda? Questionado se a previs\u00e3o de d\u00e9fice \u00e9 de 0,2% para agradar aos parceiros de esquerda do executivo, M\u00e1rio Centeno salientou que \u201co d\u00e9fice n\u00e3o \u00e9 uma representa\u00e7\u00e3o gr\u00e1fica e n\u00e3o \u00e9 de 0,1% ou de 0,2% para agradar a uns ou a outros\u201d. \u201cGostar\u00edamos muito que esse n\u00famero fosse atingido porque era mais uma indica\u00e7\u00e3o de que ter\u00edamos conseguido combinar algo que nem sempre \u00e9 f\u00e1cil de combinar em termos de consolida\u00e7\u00e3o\u201d, itiu o governante, adiantando que \u201cas exig\u00eancias\u201d relativas ao equil\u00edbrio entre as receitas e as despesas permitem \u201cuma trajet\u00f3ria da d\u00edvida p\u00fablica\u201d, que \u00e9 que o executivo deixa \u201c\u00e0s gera\u00e7\u00f5es futuras\u201d. Falando sobre o cen\u00e1rio macroecon\u00f3mico, o respons\u00e1vel considerou que \u201c\u00e9 muito conservador no que diz respeito \u00e0s proje\u00e7\u00f5es dos principais agregados\u201d, desde logo no que toca \u00e0s exporta\u00e7\u00f5es. \u201cTemos uma proje\u00e7\u00e3o para as exporta\u00e7\u00f5es muito pr\u00f3xima da nossa procura externa, o que significa que n\u00e3o estamos a projetar ganhos de quota, e isso n\u00e3o \u00e9 porque n\u00e3o acreditemos que as empresas n\u00e3o v\u00e3o ter um desempenho como tiveram nos \u00faltimos quatro anos\u201d, argumentou, falando numa \u201cquest\u00e3o de prud\u00eancia\u201d. J\u00e1 questionado se este seria a \u00faltima proposta or\u00e7amental que apresentaria enquanto ministro das Finan\u00e7as, para se perceber se faria parte de um pr\u00f3ximo executivo, M\u00e1rio Centeno ironizou: \u201cEste foi o \u00faltimo Or\u00e7amento do Estado que apresentei porque acabei de o apresentar\u201d. Sal\u00e1rios da Fun\u00e7\u00e3o P\u00fablica sobem O ministro das Finan\u00e7as disse hoje que h\u00e1 margem de 50 milh\u00f5es de euros em 2019 para aumentos de sal\u00e1rios da fun\u00e7\u00e3o p\u00fablica , n\u00e3o indicando ainda como defende o Governo que seja distribu\u00eddo esse valor entre n\u00edveis salariais. \u201cTemos disponibilidade or\u00e7amental para aumentar sal\u00e1rios de 50 milh\u00f5es de euros\u201d, afirmou M\u00e1rio Centeno, confirmando valores j\u00e1 anteriormente adiantados pelo Governo. Questionado sobre como poder\u00e1 ser feita a distribui\u00e7\u00e3o do valor reservado para aumentos salariais, se concentrado nos sal\u00e1rios mais baixos ou distribu\u00eddo por todos os trabalhadores, Centeno indicou que o executivo ainda ir\u00e1 tomar uma decis\u00e3o sobre esse tema. \u201cO Governo ir\u00e1 tomar posi\u00e7\u00e3o sobre a quest\u00e3o que colocou, neste momento o que temos s\u00e3o 50 milh\u00f5es de euros de cabimento or\u00e7amental, o processo negocial decorrer\u00e1 at\u00e9 que o Governo tome decis\u00e3o\u201d, afirmou. Em 07 de outubro, o primeiro-ministro, Ant\u00f3nio Costa, considerou \u0022justo\u0022 repor a \u0022normalidade\u0022 no aumento dos sal\u00e1rios da fun\u00e7\u00e3o p\u00fablica, depois de terem sido descongeladas as carreiras. \u0022A margem n\u00e3o \u00e9 muita\u0022, mas \u0022\u00e9 um primeiro o para restabelecer essa normalidade\u201d, afirmou Ant\u00f3nio Costa na Goleg\u00e3, distrito de Santar\u00e9m. O Minist\u00e9rio das Finan\u00e7as tem dito que h\u00e1 duas alternativas em cima da mesa para aumentos salariais na fun\u00e7\u00e3o p\u00fablica em 2019, concentrar esse esfor\u00e7o nos sal\u00e1rios mais baixos ou numa medida que abranja todos os trabalhadores. Em entrevista ao P\u00fablico, M\u00e1rio Centeno confirmou os cen\u00e1rios que est\u00e3o em cima da mesa: cinco euros para todos os trabalhadores, dez euros para quem ganha at\u00e9 835 euros e at\u00e9 35 euros para sal\u00e1rios at\u00e9 635 euros. O tema est\u00e1 a ser negociado com sindicatos e tamb\u00e9m no parlamento entre o Governo, o Bloco de Esquerda, o P e o PEV. Dividendos da Caixa Geral de Dep\u00f3sitos entram no Or\u00e7amento do Estado M\u00e1rio Centeno, defendeu que a Caixa Geral de Dep\u00f3sitos (CGD) deve \u201cremunerar\u201d o Estado, atrav\u00e9s do pagamento de dividendos, porque esse dinheiro \u201c\u00e9 dos portugueses\u201d, mas escusou-se a precisar a verba em causa. \u201cA Caixa [CGD] tem um acionista, o Estado, e esse acionista entende que deve ter a CGD capitalizada, o que n\u00e3o aconteceu durante muitos e muitos anos, para que a CGD remunere o capital que o Estado l\u00e1 colocou porque esse capital \u00e9 dos portugueses\u201d, declarou o governante, na confer\u00eancia de imprensa sobre o Or\u00e7amento do Estado. Vincando que o executivo pretende \u201cultraar a fase em que o acionista tinha de colocar dinheiro\u201d no banco p\u00fablico, M\u00e1rio Centeno refor\u00e7ou que \u201co que se espera de uma empresa como a CGD \u00e9 que possa remunerar o que o Estado l\u00e1 colocou\u201d. Contudo, o respons\u00e1vel escusou-se a precisar as verbas relativas ao pagamento de dividendos, o que justificou com \u201ca natureza\u201d das empresas p\u00fablicas em causa. \u201cEstas estimativas est\u00e3o englobadas\u201d e s\u00e3o \u201cs\u00f3lidas\u201d, vincou M\u00e1rio Centeno. Quanto ao pagamento de dividendos no Banco de Portugal, o governante destacou que \u00e9 \u201cuma das parcelas mais significativas\u201d da verba. E adiantou: \u201cA raz\u00e3o pela qual o Banco de Portugal pode hoje fazer o pagamento de dividendos ao Estado \u00e9 por causa das condi\u00e7\u00f5es da economia portuguesa\u201d. O Governo prev\u00ea receber em 2019 dividendos da Caixa Geral de Dep\u00f3sitos (CGD) e um aumento dos dividendos pagos pelo Banco de Portugal, segundo a proposta do Or\u00e7amento do Estado para 2019. No Mapa I anexo \u00e0 proposta do Or\u00e7amento de Estado, o Governo contabiliza em 628 milh\u00f5es de euros, no total, os \u0022dividendos e participa\u00e7\u00f5es nos lucros de sociedades financeiros\u0022. J\u00e1 no relat\u00f3rio \u00e9 dito que a perspetiva de crescimento de 9,5% da outra receita corrente em 2019 se justifica pela \u0022perspetiva de dividendos por parte da Caixa Geral de Dep\u00f3sitos e de um aumento dos dividendos pagos pelo Banco de Portugal\u0022. O Governo fala ainda, no relat\u00f3rio que acompanha a proposta do Or\u00e7amento do Estado, de um acr\u00e9scimo de dividendos de 326 milh\u00f5es de euros em 2019, mas neste caso sem especificar se se tratam apenas de entregas de lucros de sociedades financeiras ou se inclui outras entidades. O jornal 'online' Eco noticiou em setembro que o Governo estava em negocia\u00e7\u00f5es com a istra\u00e7\u00e3o do banco p\u00fablico Caixa Geral de Dep\u00f3sitos para este entregar dividendos ao Estado em 2019, uma decis\u00e3o que precisa da autoriza\u00e7\u00e3o da Comiss\u00e3o Europeia e do Banco Central Europeu (BCE). A confirmar-se, a entrega em 2019 de dividendos pela CGD \u00e9 a primeira vez desde 2010, quando o banco p\u00fablico distribuiu ao Estado dividendos referentes ao exerc\u00edcio de 2009. Quanto aos dividendos do Banco de Portugal, este ano foram de 525 milh\u00f5es de euros, o valor mais alto de sempre, pelo que o aumento dos dividendos em 2019 significaria um novo recorde. Ainda este ano, al\u00e9m dos 525 milh\u00f5es de euros entregues em dividendos, o Banco de Portugal entregou ao Estado mais 272 milh\u00f5es de euros em impostos. 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Governo português apresenta último orçamento da legislatura

Mário Centeno apresenta o orçamento do Estado para 2019
Mário Centeno apresenta o orçamento do Estado para 2019 Direitos de autor Reuters/Rafael Marchante
Direitos de autor Reuters/Rafael Marchante
De Euronews com Lusa
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O ministro das Finanças garante que a meta do défice de 0,2% é "credível" e "atingível"

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O ministro português das Finanças parece ter conseguido o mais difícil: mais emprego, mais igualdade, mais crescimento e menos défice.

Na proposta de Orçamento do Estado para 2019 (OE2019), o Governo estima um crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) de 2,2% no próximo ano, uma taxa de desemprego de 6,3% e uma redução da dívida pública para 118,5% do PIB. O executivo mantém a estimativa de défice orçamental de 0,2% do PIB no próximo ano e de 0,7% do PIB este ano.

Apesar de ser o último orçarmento da legislatura - orçamento de ano de eleições -, Centeno quis sublinhar que o documento prossegue o caminho do rigor e do equilíbrio das contas públicas.

Na segunda-feira, perto da meia-noite, Mário Centeno entregou a proposta do Governo de OE2019 ao presidente da Assembleia da República, Eduardo Ferro Rodrigues.

O ministro das Finanças, Mário Centeno, defendeu já esta terça-feira que a proposta de OE2019 reflete uma “realidade completamente distinta” da registada antes de o Governo tomar posse, no que diz respeito ao cumprimento do défice.

“Saímos de um período muito longo em que Portugal não cumpria as metas a que se propunha. Hoje temos uma realidade completamente distinta no que diz respeito ao défice que prevemos e que atingimos”, declarou o governante, que apresenta em conferência de imprensa o OE2019, no Ministério das Finanças, em Lisboa.

Realçando os “bons indicadores económicos” que constam da proposta, Mário Centeno vincou que “é esta credibilidade” que o nível de confiança “esteja em máximo do século”.

A proposta de OE2019 será votada na generalidade, na Assembleia da República, no próximo dia 30, estando a votação final global agendada para 30 de novembro.

"A classificação de eleitoralista deixo para os comentadores"

O ministro das Finanças, Mário Centeno, disse hoje que deixa “a classificação de eleitoralista” da proposta de OE2019 para “os comentadores”, recusando também que as metas sejam “para agradar” aos parceiros de esquerda.

“A julgar pelas perguntas dos seus colegas [essencialmente sobre cenário macroeconómico, fiscalidade e função pública], é difícil considerar este orçamento eleitoralista”, respondeu Mário Centeno aos jornalistas na conferência de imprensa OE2019, no Ministério das Finanças, em Lisboa.

E acrescentou: “A classificação de eleitoralista é uma coisa que deixo para os comentadores”.

“Temos comentadores com muitas formações, alguns com um défice de atenção face ao que é a política orçamental do Governo, mas temos muito tempo para esse debate [sobre o OE2019], onde, aproveito já para dizer, o ministro das Finanças não participa”, referiu Mário Centeno.

Na segunda-feira, Mário Centeno entregou a proposta do Governo de OE2019 ao presidente da Assembleia da República, Eduardo Ferro Rodrigues, às 23:48, 12 minutos antes do prazo limite para a entrega do documento.

Oçamento para agradar à esquerda?

Questionado se a previsão de défice é de 0,2% para agradar aos parceiros de esquerda do executivo, Mário Centeno salientou que “o défice não é uma representação gráfica e não é de 0,1% ou de 0,2% para agradar a uns ou a outros”.

“Gostaríamos muito que esse número fosse atingido porque era mais uma indicação de que teríamos conseguido combinar algo que nem sempre é fácil de combinar em termos de consolidação”, itiu o governante, adiantando que “as exigências” relativas ao equilíbrio entre as receitas e as despesas permitem “uma trajetória da dívida pública”, que é que o executivo deixa “às gerações futuras”.

Falando sobre o cenário macroeconómico, o responsável considerou que “é muito conservador no que diz respeito às projeções dos principais agregados”, desde logo no que toca às exportações.

“Temos uma projeção para as exportações muito próxima da nossa procura externa, o que significa que não estamos a projetar ganhos de quota, e isso não é porque não acreditemos que as empresas não vão ter um desempenho como tiveram nos últimos quatro anos”, argumentou, falando numa “questão de prudência”.

Já questionado se este seria a última proposta orçamental que apresentaria enquanto ministro das Finanças, para se perceber se faria parte de um próximo executivo, Mário Centeno ironizou: “Este foi o último Orçamento do Estado que apresentei porque acabei de o apresentar”.

Salários da Função Pública sobem

O ministro das Finanças disse hoje que há margem de 50 milhões de euros em 2019 para aumentos de salários da função pública, não indicando ainda como defende o Governo que seja distribuído esse valor entre níveis salariais.

“Temos disponibilidade orçamental para aumentar salários de 50 milhões de euros”, afirmou Mário Centeno, confirmando valores já anteriormente adiantados pelo Governo.

Questionado sobre como poderá ser feita a distribuição do valor reservado para aumentos salariais, se concentrado nos salários mais baixos ou distribuído por todos os trabalhadores, Centeno indicou que o executivo ainda irá tomar uma decisão sobre esse tema.

“O Governo irá tomar posição sobre a questão que colocou, neste momento o que temos são 50 milhões de euros de cabimento orçamental, o processo negocial decorrerá até que o Governo tome decisão”, afirmou.

Em 07 de outubro, o primeiro-ministro, António Costa, considerou "justo" repor a "normalidade" no aumento dos salários da função pública, depois de terem sido descongeladas as carreiras.

"A margem não é muita", mas "é um primeiro o para restabelecer essa normalidade”, afirmou António Costa na Golegã, distrito de Santarém.

O Ministério das Finanças tem dito que há duas alternativas em cima da mesa para aumentos salariais na função pública em 2019, concentrar esse esforço nos salários mais baixos ou numa medida que abranja todos os trabalhadores.

Em entrevista ao Público, Mário Centeno confirmou os cenários que estão em cima da mesa: cinco euros para todos os trabalhadores, dez euros para quem ganha até 835 euros e até 35 euros para salários até 635 euros.

O tema está a ser negociado com sindicatos e também no parlamento entre o Governo, o Bloco de Esquerda, o P e o PEV.

Dividendos da Caixa Geral de Depósitos entram no Orçamento do Estado

Mário Centeno, defendeu que a Caixa Geral de Depósitos (CGD) deve “remunerar” o Estado, através do pagamento de dividendos, porque esse dinheiro “é dos portugueses”, mas escusou-se a precisar a verba em causa.

“A Caixa [CGD] tem um acionista, o Estado, e esse acionista entende que deve ter a CGD capitalizada, o que não aconteceu durante muitos e muitos anos, para que a CGD remunere o capital que o Estado lá colocou porque esse capital é dos portugueses”, declarou o governante, na conferência de imprensa sobre o Orçamento do Estado.

Vincando que o executivo pretende “ultraar a fase em que o acionista tinha de colocar dinheiro” no banco público, Mário Centeno reforçou que “o que se espera de uma empresa como a CGD é que possa remunerar o que o Estado lá colocou”.

Contudo, o responsável escusou-se a precisar as verbas relativas ao pagamento de dividendos, o que justificou com “a natureza” das empresas públicas em causa.

“Estas estimativas estão englobadas” e são “sólidas”, vincou Mário Centeno.

Quanto ao pagamento de dividendos no Banco de Portugal, o governante destacou que é “uma das parcelas mais significativas” da verba.

E adiantou: “A razão pela qual o Banco de Portugal pode hoje fazer o pagamento de dividendos ao Estado é por causa das condições da economia portuguesa”.

O Governo prevê receber em 2019 dividendos da Caixa Geral de Depósitos (CGD) e um aumento dos dividendos pagos pelo Banco de Portugal, segundo a proposta do Orçamento do Estado para 2019.

No Mapa I anexo à proposta do Orçamento de Estado, o Governo contabiliza em 628 milhões de euros, no total, os "dividendos e participações nos lucros de sociedades financeiros".

Já no relatório é dito que a perspetiva de crescimento de 9,5% da outra receita corrente em 2019 se justifica pela "perspetiva de dividendos por parte da Caixa Geral de Depósitos e de um aumento dos dividendos pagos pelo Banco de Portugal".

O Governo fala ainda, no relatório que acompanha a proposta do Orçamento do Estado, de um acréscimo de dividendos de 326 milhões de euros em 2019, mas neste caso sem especificar se se tratam apenas de entregas de lucros de sociedades financeiras ou se inclui outras entidades.

O jornal 'online' Eco noticiou em setembro que o Governo estava em negociações com a istração do banco público Caixa Geral de Depósitos para este entregar dividendos ao Estado em 2019, uma decisão que precisa da autorização da Comissão Europeia e do Banco Central Europeu (BCE).

A confirmar-se, a entrega em 2019 de dividendos pela CGD é a primeira vez desde 2010, quando o banco público distribuiu ao Estado dividendos referentes ao exercício de 2009.

Quanto aos dividendos do Banco de Portugal, este ano foram de 525 milhões de euros, o valor mais alto de sempre, pelo que o aumento dos dividendos em 2019 significaria um novo recorde.

Ainda este ano, além dos 525 milhões de euros entregues em dividendos, o Banco de Portugal entregou ao Estado mais 272 milhões de euros em impostos.

Em 2017, o Banco de Portugal entregou dividendos de 352 milhões de euros, quase o dobro do montante de 2016, e mais 175 milhões de euros relativos ao Imposto sobre o Rendimento das Pessoas Coletivas (IRC).

Segundo os dados disponibilizados em maio pelo Banco de Portugal, no total dos últimos cinco anos, a instituição entregou aos cofres do Estado um total de 2,3 mil milhões de euros, entre dividendos e impostos.

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