{ "@context": "https://schema.org/", "@graph": [ { "@type": "NewsArticle", "mainEntityOfPage": { "@type": "Webpage", "url": "/2018/09/03/um-acervo-fundado-por-d-joao-vi-ha-200-anos-e-agora-em-cinzas" }, "headline": "Um acervo fundado por D. Jo\u00e3o VI h\u00e1 200 anos e agora em cinzas", "description": "O Museu Nacional do Brasil tinha mais de 20 milh\u00f5es de pe\u00e7as, incluindo o f\u00f3ssil humano mais antigo das Am\u00e9ricas, mas estava decadente e com cada vez menos apoios p\u00fablicos", "articleBody": "O cr\u00e2nio de Luzia, tido como o mais antigo f\u00f3ssil humano das Am\u00e9ricas, com mais de 11 mil anos, ter\u00e1 sido uma das pe\u00e7as mais valiosas consumidas pelo inc\u00eandio deste domingo no Museu Nacional do Brasil, no Rio de Janeiro. Havia por\u00e9m muitos mais tesouros, inclusive o edif\u00edcio, o Pal\u00e1cio de S\u00e3o Crist\u00f3v\u00e3o onde foi assinada a independ\u00eancia do Brasil e que chegou a ser resid\u00eancia do \u0022Rei Jo\u00e3o VI, de Portugal, do Brasil e dos Algarves.\u0022 O mais antigo museu de hist\u00f3ria natural e antropol\u00f3gica da Am\u00e9rica Latina era um dos ex-l\u00edbris \u0022cariocas\u0022, mas o n\u00famero de visitantes vinham a decair desde h\u00e1 cinco anos. Dos mais de 275 mil de 2013 e 2014, no ano ado os visitantes do Museu Nacional aram ligeiramente dos 180 mil e este ano, at\u00e9 abril, n\u00e3o iam al\u00e9m dos 55 mil, embora com expectativa de um acentuado aumento ap\u00f3s a celebra\u00e7\u00e3o dos 200 anos do museu e uma prometida recupera\u00e7\u00e3o do edif\u00edcio. A hist\u00f3ria do museu come\u00e7a em 1818 quando D. Jo\u00e3o VI o inaugurou num outro local do Rio de Janeiro. O acervo da antiga Casa de Hist\u00f3ria Natural do Brasil viria a mudar-se para o Pal\u00e1cio de S\u00e3o Crist\u00f3v\u00e3o no final do s\u00e9culo XIX. Nas m\u00e3os da Universidade Federal do Rio de Janeiro h\u00e1 sete d\u00e9cadas, o agora Museu Nacional do Brasil atravessava um per\u00edodo pol\u00e9mico. O pal\u00e1cio estava decadente e faltavam meios de preven\u00e7\u00e3o de acidentes. O restauro e a moderniza\u00e7\u00e3o do edif\u00edcio eram urgentes, mas os sucessivos cortes nos apoios p\u00fablicos e o desvio do investimento para o novo Museu do Amanh\u00e3 \u0022condenaram\u0022 o museu do ado. Dos 110 mil euros de apoio estatal de 2013, o jornal Folha de S\u00e3o Paulo dava conta em maio de que no ano ado o Museu Nacional ter\u00e1 recebido apenas 72 mil euros. E este ano, at\u00e9 abril, teria recebido apenas 11 mil. As op\u00e7\u00f5es do governo s\u00e3o agora apontadas como uma das causas do fogo que ter\u00e1 consumido uma boa parte dos mais de 20 milh\u00f5es de objetos de valor ainda por calcular. Por alturas do recente duo centen\u00e1rio, a dire\u00e7\u00e3o do museu, nas m\u00e3os de Alexander Kellner desde fevereiro, acertou entretanto um novo acordo de patroc\u00ednio avaliado em 4,5 milh\u00f5es de euros com o Banco Nacional de Desenvolvimento Econ\u00f3mico e Social. Os fundos destinavam-se sobretudo \u00e0 recupera\u00e7\u00e3o f\u00edsica do pal\u00e1cio e a modernizar alguns dos espa\u00e7os. Ningu\u00e9m previa o que aconteceu. O fogo deixou o pal\u00e1cio em ru\u00ednas. Agora ser\u00e1 preciso muito mais para recuperar apenas uma pequena parte da hist\u00f3ria da Am\u00e9rica Latina, do Brasil e da humanidade. O presidente Michel Temer j\u00e1 reagiu \u00e0 trag\u00e9dia, que considerou \u0022uma perda incalcul\u00e1vel\u0022 para o Brasil e esta segunda-feira reuniu-se com o ministro da Cultura para analisar formas de assegurar o financiamento necess\u00e1rio para a recupera\u00e7\u00e3o do museu. ", "dateCreated": "2018-09-03T15:39:02+02:00", "dateModified": "2018-09-03T22:37:33+02:00", "datePublished": "2018-09-03T22:30:00+02:00", "image": { "@type": "ImageObject", "url": "https://image.staticox.com/?url=https%3A%2F%2Fstatic.euronews.com%2Farticles%2Fstories%2F03%2F29%2F95%2F64%2F1440x810_cmsv2_11d65238-8e7e-5611-b814-bdc94af30b9b-3299564.jpg", "width": "1440px", "height": "810px", "caption": "As ru\u00ednas do Pal\u00e1cio de S\u00e3o Crist\u00f3v\u00e3o, a \u0022casa\u0022 do Museu Nacional do Brasil", "thumbnail": "https://image.staticox.com/?url=https%3A%2F%2Fstatic.euronews.com%2Farticles%2Fstories%2F03%2F29%2F95%2F64%2F432x243_cmsv2_11d65238-8e7e-5611-b814-bdc94af30b9b-3299564.jpg", "publisher": { "@type": "Organization", "name": "euronews", "url": "https://image.staticox.com/?url=https%3A%2F%2Fstatic.euronews.com%2Fwebsite%2Fimages%2Feuronews-logo-main-blue-403x60.png" } }, "author": { "@type": "Person", "familyName": "Marques", "givenName": "Francisco", "name": "Francisco Marques", "url": "/perfis/562", "worksFor": { "@type": "Organization", "name": "Euronews", "url": "/", "logo": { "@type": "ImageObject", "url": "https://image.staticox.com/?url=https%3A%2F%2Fstatic.euronews.com%2Fwebsite%2Fimages%2Feuronews-logo-main-blue-403x60.png", "width": "403px", "height": "60px" }, "sameAs": [ "https://www.facebook.com/pt.euronews", "https://twitter.com/euronewspt", "https://flipboard.com/@euronewspt", "https://www.linkedin.com/company/euronews" ] }, "sameAs": "https://www.x.com/@frmarques4655", "jobTitle": "Journaliste", "memberOf": { "@type": "Organization", "name": "Equipe de langue portugaise" } }, "publisher": { "@type": "Organization", "name": "Euronews", "legalName": "Euronews", "url": "/", "logo": { "@type": "ImageObject", "url": "https://image.staticox.com/?url=https%3A%2F%2Fstatic.euronews.com%2Fwebsite%2Fimages%2Feuronews-logo-main-blue-403x60.png", "width": "403px", "height": "60px" }, "sameAs": [ "https://www.facebook.com/pt.euronews", "https://twitter.com/euronewspt", "https://flipboard.com/@euronewspt", "https://www.linkedin.com/company/euronews" ] }, "articleSection": [ "Mundo" ], "isAccessibleForFree": "False", "hasPart": { "@type": "WebPageElement", "isAccessibleForFree": "False", "cssSelector": ".poool-content" } }, { "@type": "WebSite", "name": "Euronews.com", "url": "/", "potentialAction": { "@type": "SearchAction", "target": "/search?query={search_term_string}", "query-input": "required name=search_term_string" }, "sameAs": [ "https://www.facebook.com/pt.euronews", "https://twitter.com/euronewspt", "https://flipboard.com/@euronewspt", "https://www.linkedin.com/company/euronews" ] } ] }
PUBLICIDADE

Um acervo fundado por D. João VI há 200 anos e agora em cinzas

As ruínas do Palácio de São Cristóvão, a "casa" do Museu Nacional do Brasil
As ruínas do Palácio de São Cristóvão, a "casa" do Museu Nacional do Brasil Direitos de autor REUTERS/Ricardo Moraes
Direitos de autor REUTERS/Ricardo Moraes
De Francisco Marques
Publicado a
Partilhe esta notíciaComentários
Partilhe esta notíciaClose Button
Copiar/colar o link embed do vídeo:Copy to clipboardCopied

O Museu Nacional do Brasil tinha mais de 20 milhões de peças, incluindo o fóssil humano mais antigo das Américas, mas estava decadente e com cada vez menos apoios públicos

PUBLICIDADE

O crânio de Luzia, tido como o mais antigo fóssil humano das Américas, com mais de 11 mil anos, terá sido uma das peças mais valiosas consumidas pelo incêndio deste domingo no Museu Nacional do Brasil, no Rio de Janeiro.

Havia porém muitos mais tesouros, inclusive o edifício, o Palácio de São Cristóvão onde foi assinada a independência do Brasil e que chegou a ser residência do "Rei João VI, de Portugal, do Brasil e dos Algarves."

O mais antigo museu de história natural e antropológica da América Latina era um dos ex-líbris "cariocas", mas o número de visitantes vinham a decair desde há cinco anos.

Dos mais de 275 mil de 2013 e 2014, no ano ado os visitantes do Museu Nacional aram ligeiramente dos 180 mil e este ano, até abril, não iam além dos 55 mil, embora com expectativa de um acentuado aumento após a celebração dos 200 anos do museu e uma prometida recuperação do edifício.

A história do museu começa em 1818 quando D. João VI o inaugurou num outro local do Rio de Janeiro.

O acervo da antiga Casa de História Natural do Brasil viria a mudar-se para o Palácio de São Cristóvão no final do século XIX.

Nas mãos da Universidade Federal do Rio de Janeiro há sete décadas, o agora Museu Nacional do Brasil atravessava um período polémico.

O palácio estava decadente e faltavam meios de prevenção de acidentes. O restauro e a modernização do edifício eram urgentes, mas os sucessivos cortes nos apoios públicos e o desvio do investimento para o novo Museu do Amanhã "condenaram" o museu do ado.

Dos 110 mil euros de apoio estatal de 2013, o jornal Folha de São Paulo dava conta em maio de que no ano ado o Museu Nacional terá recebido apenas 72 mil euros. E este ano, até abril, teria recebido apenas 11 mil.

As opções do governo são agora apontadas como uma das causas do fogo que terá consumido uma boa parte dos mais de 20 milhões de objetos de valor ainda por calcular.

Por alturas do recente duo centenário, a direção do museu, nas mãos de Alexander Kellner desde fevereiro, acertou entretanto um novo acordo de patrocínio avaliado em 4,5 milhões de euros com o Banco Nacional de Desenvolvimento Económico e Social.

Os fundos destinavam-se sobretudo à recuperação física do palácio e a modernizar alguns dos espaços. Ninguém previa o que aconteceu.

O fogo deixou o palácio em ruínas. Agora será preciso muito mais para recuperar apenas uma pequena parte da história da América Latina, do Brasil e da humanidade.

O presidente Michel Temer já reagiu à tragédia, que considerou "uma perda incalculável" para o Brasil e esta segunda-feira reuniu-se com o ministro da Cultura para analisar formas de assegurar o financiamento necessário para a recuperação do museu.

Editor de vídeo • Francisco Marques

Outras fontes • Globo, Folha de São Paulo

Ir para os atalhos de ibilidade
Partilhe esta notíciaComentários

Notícias relacionadas

Tristeza e indignação depois de incêndio que destruiu Museu Nacional

Diretor do Museu Nacional: "Dano é irreparável"

Incêndio destrói Museu Nacional no Rio de Janeiro