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Anastasiades: "Observamos o comportamento da Turquia com muita contenção"

Anastasiades: "Observamos o comportamento da Turquia com muita contenção"
Direitos de autor REUTERS/Yiannis Kourtoglou
Direitos de autor REUTERS/Yiannis Kourtoglou
De Isabel Silva
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A divisão da ilha de Chipre desde 1974 e a questão financeira foram centrais na entrevista do Presidente reeleito, Nicos Anastasiades, conduzida pela jornalista da euronews, Efi Koutsokosta.

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Logo que foi reeleito, o Presidente do Chipre, o conservador Nicos Anastasiades, comprometeu-se a unir a pequena ilha mediterrânica, dividida de facto desde 1974. Uma das principais questões do debate eleitoral foi a divisão da ilha, quando tropas turcas ocuparam um terço norte da ilha como resposta a um golpe de Estado de nacionalistas cipriotas que assustou a minoria cipriota turca. Este tema e a questão financeira foram centrais na entrevista a Nicos Anastasiades conduzida pela jornalista da euronews, Efi Koutsokosta.

euronews: Durante a campanha pré-eleitoral, a questão mais importante no debate foi a das finanças, mas outro assunto dominante foi o sistema bancário. Atualmente, quão estável é o sistema bancário, após a crise que incluiu perdas de dinheiro para os depositantes? Pretende tomar alguma medida ao nível dos bancos mutualistas?

Nicos Anastasiades: Como sabe, o sistema bancário cipriota é supervisionado pela União Europeia. Tanto quanto sei, a taxa de capitalização é superior a 15%. De facto, foram feitas algumas advertências a certas instituições financeiras e estamos empenhados em tomar as medidas que forem necessárias, mas não terão impactos negativos nos aforradores ou na economia em geral.

**euronews: **Falemos então de outra questão importante, o problema da divisão cipriota. As negociações, realizadas no ano ado, chegaram a propostas concretas, com ambos os lados a apresentarem mapas com soluções. Na véspera destas eleições, o líder cipriota turco, Mustafa Akinci, disse que retirava as suas propostas. O que é que isto significa? Voltámos à estaca zero?

Nicos Anastasiades: É um revés, mas não é o primeiro. Muita da convergência que conseguimos no ado foi deixada cair ao longo do caminho devido à pressão do governo de Ancara. O pior aconteceu no Fórum Crans Montaña (Suíça), quando já se cumpriam plenamente os requisitos estabelecidos pelo Secretário-geral da ONU. Infelizmente, o lado cipriota turco e o governo turco não reagiram às nossas propostas escritas, que eram respostas às questões levantadas pelo Secretário-geral. Em vez disso, insistiram nas suas posições originais para manterem garantias que datam dos ano 60, com direitos invasivos, uma base militar na parte norte de Chipre e a presença permanente do exército turco.

**euronews: **Que iniciativas pretende levar a cabo daqui por diante?

Nicos Anastasiades: Vou ar Mustafa Akinci daqui a alguns dias, dando tempo ao Conselho Nacional para se reunir e debater os os futuros. E é claro que vou pedir uma reunião com Mustafa Akinci para saber quais são suas intenções. Como disse anteriormente, as declarações do chefe da diplomacia da Turquia não apontam para que se possam estabelecer novos termos de negociação.

**euronews: **Contudo, à medida que o lado cipriota grego prossegue com a prospeção de petróleo, o lado turco continua a desafiá-lo. Enquanto o problema da divisão de Chipre não for resolvido, não continuará a existir um problema para a exploração dos recursos naturais?

**Nicos Anastasiades: **Estamos a observar o comportamento da Turquia com muita contenção, não abandonaremos os nossos direitos soberanos por causa desses desafios. Tomaremos todas as medidas - não militares, é claro - que sejam necessárias, para que as organizações internacionais, os nossos parceiros e os países envolvidos estejam totalmente a par do que se a . Continuaremos a trabalhar, sem interrupções, nos projetos energéticos.

**euronews: **Alguns países da Europa central e de leste formaram uma frente comum, sólida, em várias questões. O chamado grupo de Visegrado tem atuado como uma frente coesa no debate sobre a migração e muitas vezes causa "dores de cabeça" à União Europeia. Poderá acontecer algo semelhante com os países do sul?

**Nicos Anastasiades: **O nosso objetivo é ter um diálogo que permita compreender as posições dos sete países do sul, mas não no sentido de uma coligação para afrontar a União Europeia. Os debates são cada vez mais abrangentes e em breve convidarei os lideres para a 7ª reunião dos países do sul. Recentemente estivemos reunidos em Roma e a próxima cimeira será em Chipre, no final de março, espero.

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