{ "@context": "https://schema.org/", "@graph": [ { "@type": "NewsArticle", "mainEntityOfPage": { "@type": "Webpage", "url": "/2017/05/30/noriega-lider-maximo-e-cara-de-ananas-uma-historia-das-americas" }, "headline": "Noriega, L\u00edder M\u00e1ximo e \u0022cara de anan\u00e1s\u0022: Uma hist\u00f3ria das Am\u00e9ricas", "description": "De aliado de Washington a \u0022resistente ao imperialismo da Guerra Fria\u0022, o General Noriega liderou o Panam\u00e1 com m\u00e3o de ferro.", "articleBody": "Com Reuters e EFE Uma inf\u00e2ncia humilde e escolas militares Em 1934, nasce Manuel Ant\u00f3nio Noriega Moreno em Guachimango, distrito humilde da Cidade do Panam\u00e1. N\u00e3o chega a conhecer o pai, um contabilista branco de classe m\u00e9dia, que n\u00e3o p\u00f4de casar-se com a sua m\u00e3e, uma costureira mesti\u00e7a. Foi criado por uma tia materna em San Felipe, na capital do pa\u00eds centro-americano, a pouco mais de um quil\u00f3metro do Canal do Panam\u00e1. Estudou na Escola Militar de Chorrillhos, no Per\u00fa, e na conhecida Escola das Am\u00e9ricas, em Columbus, estado norte-americano da Georgia, uma institui\u00e7\u00e3o conhecida entre grupos de defensores dos Direitos Humanos como uma \u201cf\u00e1brica de ditadores.\u201d As v\u00e1rias cicatrizes que tinha na cara valeram-lhe, da parte dos opositores, a alcunha de cara de pi\u00f1a, cara de anan\u00e1s, em espanhol. Noriega ara, na adolesc\u00eancia, por um per\u00edodo severo de acne. Informador da CIA e opressor Foi respons\u00e1vel m\u00e1ximo pela unidade de intelig\u00eancia da Guardia Nacional, o G2, durante a lideran\u00e7a militar de Omar Torrijos. Nessa altura, ter\u00e1 planeado o desaparecimento de l\u00edderes da oposi\u00e7\u00e3o. Nos anos setenta, torna-se informador da CIA. tendo colaborado com Washington e permitido aos Estados Unidos usarem o pa\u00eds como base para interven\u00e7\u00f5e*s em vizinhos da Am\u00e9rica Central, como *El Salvador e Nicar\u00e1gua. Em 1981, Omar Torrijos morre num acidente de avia\u00e7\u00e3o. Dois anos depois, Noriega assume o poder e oferece uma promo\u00e7\u00e3o a si pr\u00f3prio: torna-se General. Um novo inimigo de Washington Os desentendimentos com Washington sucedem-se e Noriega anula resultados de elei\u00e7\u00f5es de presidentes panamianos, ao mesmo tempo que se aproxima de l\u00edderes internacionais considerados como inimigos pela Casa Branca. Apoiou os l\u00edderes cubano, Fidel Castro, e l\u00edbio, Muammar al-Khadaffi. A sua aproxima\u00e7\u00e3o os colombianos do narcotr\u00e1fico \u2013 Cartel de Medell\u00edn \u2013 \u00e9 demais para Washington. Estima-se que ter\u00e1 recebido pagamentos de v\u00e1rios milh\u00f5es de d\u00f3lares pela colabora\u00e7\u00e3o com o tr\u00e1fico de drogas. Em 1988, a ag\u00eancia dos Estados Unidos de combate \u00e0s drogas (DEA, sigla em l\u00edngua inglesa), acusa-o de tr\u00e1fico de coca\u00edna e de branqueamento de capitais. Em dezembro de 1989, a Assembleia Nacional, controlada pelo General, declara que Estados Unidos e Panam\u00e1 se encontram em \u201cestado de guerra.\u201d Nesse mesmo ano, o parlamento nomeia-o L\u00edder M\u00e1ximo do Panam\u00e1. Opera\u00e7\u00e3o Causa Justa e pris\u00e3o em Miami Cinco dias mais tarde, o ent\u00e3o presidente dos EUA, George Bush, envia 27 mil soldados para o Panam\u00e1, numa opera\u00e7\u00e3o chamada \u201cCausa Justa.\u201d. Washington considerou que as for\u00e7as de Noriega procuravam o confronto com os militares dos EUA na Zona do Canal, depois de terem disparado contra um soldado, que acabou por morrer. Outro elemento das for\u00e7as dos EUA teria sido gravemente ferido e a sua mulher, segundo o presidente Bush \u201cbrutalmente interrogada.\u201d Em janeiro de 1990, o General rende-se, n\u00e3o conseguindo ar as press\u00f5es das buscas casa a casa e da m\u00fasica hard rock, dia e noite, a elevado volume. Tinha estado escondido na embaixada do Vaticano. Em 1992, \u00e9 julgado em Miami, estado norte-americano da Fl\u00f3rida, e condenado a 40 anos de pris\u00e3o, por narcotr\u00e1fico, lavagem de dinheiro e crime organizado, acusa\u00e7\u00f5es que o General rejeita. Apresenta-se, durante todo o processo, como um \u201cresistente\u201d ao que define como \u201cimperialismo americano da Guerra Fria\u201d. Em 1999, a Justi\u00e7a sa julga o General e condena-o, \u00e0 revelia, por branqueamento de capitais, a sete anos de cadeia. Pena em Fran\u00e7a e regresso ao Panam\u00e1 Em 2010, depois de cumprir cerca de 20 anos da pena, \u00e9 enviado para Paris, para cumprir a senten\u00e7a \u00e0 qual havia sido condenado em Fran\u00e7a. Em dezembro de 2011, regressa ao pa\u00eds natal. A justi\u00e7a do Panam\u00e1 condena-o depois a tr\u00eas penas de 20 anos de pris\u00e3o, por responsabilidade no desaparecimento de tr\u00eas opositores: Heliodoro Portugal, Hugo Spadafora e Mois\u00e9s Giroldi, todos desaparecidos nos anos 70. Noriega negou, at\u00e9 hoje, qualquer responsabilidade pelo sucedido.", "dateCreated": "2017-05-30T08:24:25+02:00", "dateModified": "2017-05-30T08:24:25+02:00", "datePublished": "2017-05-30T08:24:25+02:00", "image": { "@type": "ImageObject", "url": "https://image.staticox.com/?url=https%3A%2F%2Fstatic.euronews.com%2Farticles%2F370368%2F1440x810_370368.jpg", "width": "1440px", "height": "810px", "caption": "De aliado de Washington a \u0022resistente ao imperialismo da Guerra Fria\u0022, o General Noriega liderou o Panam\u00e1 com m\u00e3o de ferro.", "thumbnail": "https://image.staticox.com/?url=https%3A%2F%2Fstatic.euronews.com%2Farticles%2F370368%2F432x243_370368.jpg", "publisher": { "@type": "Organization", "name": "euronews", "url": "https://image.staticox.com/?url=https%3A%2F%2Fstatic.euronews.com%2Fwebsite%2Fimages%2Feuronews-logo-main-blue-403x60.png" } }, "author": { "@type": "Person", "familyName": "Oliveira E Silva", "givenName": "Antonio", "name": "Antonio Oliveira E Silva", "url": "/perfis/807", "worksFor": { "@type": "Organization", "name": "Euronews", "url": "/", "logo": { "@type": "ImageObject", "url": "https://image.staticox.com/?url=https%3A%2F%2Fstatic.euronews.com%2Fwebsite%2Fimages%2Feuronews-logo-main-blue-403x60.png", "width": "403px", "height": "60px" }, "sameAs": [ "https://www.facebook.com/pt.euronews", "https://twitter.com/euronewspt", "https://flipboard.com/@euronewspt", "https://www.linkedin.com/company/euronews" ] }, "jobTitle": "Journaliste Producer", "memberOf": { "@type": "Organization", "name": "Equipe de langue portugaise" } }, "publisher": { "@type": "Organization", "name": "Euronews", "legalName": "Euronews", "url": "/", "logo": { "@type": "ImageObject", "url": "https://image.staticox.com/?url=https%3A%2F%2Fstatic.euronews.com%2Fwebsite%2Fimages%2Feuronews-logo-main-blue-403x60.png", "width": "403px", "height": "60px" }, "sameAs": [ "https://www.facebook.com/pt.euronews", "https://twitter.com/euronewspt", "https://flipboard.com/@euronewspt", "https://www.linkedin.com/company/euronews" ] }, "articleSection": [ "Mundo" ], "isAccessibleForFree": "False", "hasPart": { "@type": "WebPageElement", "isAccessibleForFree": "False", "cssSelector": ".poool-content" } }, { "@type": "WebSite", "name": "Euronews.com", "url": "/", "potentialAction": { "@type": "SearchAction", "target": "/search?query={search_term_string}", "query-input": "required name=search_term_string" }, "sameAs": [ "https://www.facebook.com/pt.euronews", "https://twitter.com/euronewspt", "https://flipboard.com/@euronewspt", "https://www.linkedin.com/company/euronews" ] } ] }
PUBLICIDADE

Noriega, Líder Máximo e "cara de ananás": Uma história das Américas

Noriega, Líder Máximo e "cara de ananás": Uma história das Américas
Direitos de autor 
De Antonio Oliveira E Silva com REUTERS E EFE
Publicado a
Partilhe esta notíciaComentários
Partilhe esta notíciaClose Button
Copiar/colar o link embed do vídeo:Copy to clipboardCopied

De aliado de Washington a "resistente ao imperialismo da Guerra Fria", o General Noriega liderou o Panamá com mão de ferro.

PUBLICIDADE

Com Reuters e EFE

Uma infância humilde e escolas militares

Em 1934, nasce Manuel António Noriega Moreno em Guachimango, distrito humilde da Cidade do Panamá.

Não chega a conhecer o pai, um contabilista branco de classe média, que não pôde casar-se com a sua mãe, uma costureira mestiça.

Foi criado por uma tia materna em San Felipe, na capital do país centro-americano, a pouco mais de um quilómetro do Canal do Panamá.

Estudou na Escola Militar de Chorrillhos, no Perú, e na conhecida Escola das Américas, em Columbus, estado norte-americano da Georgia, uma instituição conhecida entre grupos de defensores dos Direitos Humanos como uma “fábrica de ditadores.”

As várias cicatrizes que tinha na cara valeram-lhe, da parte dos opositores, a alcunha de cara de piña, cara de ananás, em espanhol. Noriega ara, na adolescência, por um período severo de acne.

Informador da CIA e opressor

Foi responsável máximo pela unidade de inteligência da Guardia Nacional, o G2, durante a liderança militar de Omar Torrijos.

Nessa altura, terá planeado o desaparecimento de líderes da oposição.

Nos anos setenta, torna-se informador da CIA. tendo colaborado com Washington e permitido aos Estados Unidos usarem o país como base para intervençõe*s em vizinhos da América Central, como *El Salvador e Nicarágua.

Em 1981, Omar Torrijos morre num acidente de aviação. Dois anos depois, Noriega assume o poder e oferece uma promoção a si próprio: torna-se General.

Um novo inimigo de Washington

Os desentendimentos com Washington sucedem-se e Noriega anula resultados de eleições de presidentes panamianos, ao mesmo tempo que se aproxima de líderes internacionais considerados como inimigos pela Casa Branca.

Apoiou os líderes cubano, Fidel Castro, e líbio, Muammar al-Khadaffi. A sua aproximação os colombianos do narcotráfico – Cartel de Medellín – é demais para Washington. Estima-se que terá recebido pagamentos de vários milhões de dólares pela colaboração com o tráfico de drogas.

Em 1988, a agência dos Estados Unidos de combate às drogas (DEA, sigla em língua inglesa), acusa-o de tráfico de cocaína e de branqueamento de capitais.

Em dezembro de 1989, a Assembleia Nacional, controlada pelo General, declara que Estados Unidos e Panamá se encontram em “estado de guerra.”

Nesse mesmo ano, o parlamento nomeia-o Líder Máximo do Panamá.

Operação Causa Justa e prisão em Miami

Cinco dias mais tarde, o então presidente dos EUA, George Bush, envia 27 mil soldados para o Panamá, numa operação chamada “Causa Justa.”.

Washington considerou que as forças de Noriega procuravam o confronto com os militares dos EUA na Zona do Canal, depois de terem disparado contra um soldado, que acabou por morrer. Outro elemento das forças dos EUA teria sido gravemente ferido e a sua mulher, segundo o presidente Bush “brutalmente interrogada.”

Em janeiro de 1990, o General rende-se, não conseguindo ar as pressões das buscas casa a casa e da música hard rock, dia e noite, a elevado volume. Tinha estado escondido na embaixada do Vaticano.

Em 1992, é julgado em Miami, estado norte-americano da Flórida, e condenado a 40 anos de prisão, por narcotráfico, lavagem de dinheiro e crime organizado, acusações que o General rejeita.

Apresenta-se, durante todo o processo, como um “resistente” ao que define como “imperialismo americano da Guerra Fria”.

Em 1999, a Justiça sa julga o General e condena-o, à revelia, por branqueamento de capitais, a sete anos de cadeia.

Pena em França e regresso ao Panamá

Em 2010, depois de cumprir cerca de 20 anos da pena, é enviado para Paris, para cumprir a sentença à qual havia sido condenado em França.

Em dezembro de 2011, regressa ao país natal. A justiça do Panamá condena-o depois a três penas de 20 anos de prisão, por responsabilidade no desaparecimento de três opositores: Heliodoro Portugal, Hugo Spadafora e Moisés Giroldi, todos desaparecidos nos anos 70.

Noriega negou, até hoje, qualquer responsabilidade pelo sucedido.

Manuel Antonio Noriega

Ir para os atalhos de ibilidade
Partilhe esta notíciaComentários

Notícias relacionadas

Três jovens irmãos sepultados após ataque mortal com mísseis

Quatro mortos depois de centenas de palestinianos esfomeados invadirem armazém da ONU

Rússia perdeu quase um milhão de tropas na guerra contra a Ucrânia, afirma Kiev