{ "@context": "https://schema.org/", "@graph": [ { "@type": "NewsArticle", "mainEntityOfPage": { "@type": "Webpage", "url": "/2016/12/31/2016-britanicos-decidem-not-to-be-na-uniao-europeia" }, "headline": "2016: Brit\u00e2nicos decidem \u0022not to be\u0022 na Uni\u00e3o Europeia", "description": "\u201cTo be or not to be\u201d na Uni\u00e3o Europeia.", "articleBody": "\u201cTo be or not to be\u201d na Uni\u00e3o Europeia. Foi a quest\u00e3o que David Cameron se comprometeu a colocar aos brit\u00e2nicos durante a campanha eleitoral de 2015. Na altura, tratava-se de ret\u00f3rica eleitoral. Sabia-se que muitos na Gr\u00e3-Bretanha se queixavam cada vez mais da Europa, mas ningu\u00e9m acreditava que o pa\u00eds pudesse abandonar o navio. Mas foi sem contar com a mobiliza\u00e7\u00e3o sem precedentes dos partid\u00e1rios da sa\u00edda, que moveram montanhas para atingir o objectivo, o famoso BEXIT, um termo criado a partir da abrevia\u00e7\u00e3o de British e \u00eaxit. Estes militantes, fortemente motivados, tinham como objetivo simplesmente a sa\u00edda da Uni\u00e3o Europeia, a que o pa\u00eds tinha aderido em 1972. Para dirigir esta campanha anti-europeia, os pr\u00f3-Brexit tinham duas personagens exuberantes da pol\u00edtica brit\u00e2nica. Nigel Farage, o populista chefe do UKIP, o Partido Independentista e Boris Johnson, o ex-presidente da c\u00e2mara de Londres, eletr\u00e3o livre do Partido Conservador. Durante toda a campanha os dois martelaram o slogan \u201cQueremos o nosso pais de volta\u201d, com argumentos e representa\u00e7\u00f5es ir\u00f3nicas sobre a Uni\u00e3o. Farage ironizava: \u201cJ\u00e1 nem sequer temos um aporte brit\u00e2nico, temos um aporte da Uni\u00e3o Europeia\u201d. Boris Johnson contava hist\u00f3rias: \u201c\u00c9 agora ou nunca, porque se falharmos a mudan\u00e7a agora, vamos sentir-nos como ageiros bloqueados na parte de tr\u00e1s de um ve\u00edculo pouco fi\u00e1vel comandado por sat\u00e9lite e dirigido por algu\u00e9m que n\u00e3o percebe ingl\u00eas e nos conduz para a dire\u00e7\u00e3o oposta aquela em que queremos ir.\u201d A campanha organizou-se nos dois campos com determina\u00e7\u00e3o. Os que defendiam a sa\u00edda est\u00e3o convencidos que a Gr\u00e3-Bretanha ser\u00e1 mais forte e mais rica sem a Europa; os que queriam continuar agitavam a amea\u00e7a de uma cat\u00e1strofe econ\u00f3mica e contavam com o apoio dos grandes l\u00edderes internacionais, cujas declara\u00e7\u00f5es se sucediam: Donald Tusk: \u201cEu acredito profundamente que ao Reino Unido precisa da Europa e a Europa precisa do Reino Unido\u201d. Jean-Claude Juncker : \u201cEu sempre disse que quero que o Reino Unido permane\u00e7a na Uni\u00e3o Europeia, na base de um acordo justo\u201d. Fran\u00e7ois Hollande: \u201cEu n\u00e3o queria lan\u00e7ar receios, mas deizer apenas a verdade: vai haver consequ\u00eancias se o Reino Unido deixar a Uni\u00e3o Europeia\u201d. E at\u00e9 Barack Obama : \u201cOs Estados Unidos querem um Reino Unido forte como parceiro. E o Reino Unido est\u00e1 no seu melhor quando ajuda a liderar uma Europa forte\u201d. Ainda que muito viva, a campanha manteve-se controlada at\u00e9 ao drama ocorrido poucos dias antes do escrut\u00ednio: a deputada trabalhista, Jo Cox, que fazia campanha pela manuten\u00e7\u00e3o do pa\u00eds na Uni\u00e3o Europeia, foi assassinada em plena rua, por um homem que ter\u00e1 gritado: primeiro a Gr\u00e3-Bretanha. Um assassinato que indignou o pa\u00eds e a Europa. Durante alguns dias, a campanha foi suspensa e as inten\u00e7\u00f5es de voto contra o Brexit subiram. Pensou-se, ent\u00e3o, que o drama teria feito pender a balan\u00e7a a favor dos que queriam ficar. No dia 23, dia do voto, ningu\u00e9m acreditava no cen\u00e1rio da sa\u00edda.O an\u00fancio dos primeiros n\u00fameros foi um choque! Cerca de 52% dos brit\u00e2nicos decidiram abandonar a Uni\u00e3o Europeia, que conhece a primeira deser\u00e7\u00e3o ap\u00f3s varias vagas de alargamento. O campo do Brexit exulta de alegria. Na ressaca, com o navio \u00e0 deriva, os dois corajosos comandantes, saltam. Nigel Farage, considerando a sua miss\u00e3o cumprida, abandona a pol\u00edtica; Boris Johnson recusa o cargo de primeiro-ministro deixado vago por David Cameron, que declarou ap\u00f3s o voto:\u201cN\u00e3o penso que fosse correto eu ser o comandante que conduz o nosso pa\u00eds para o pr\u00f3ximo destino\u201d. Ainda em choque, Cameron desloca-se alguns dias mais tarde a Bruxelas para a cimeira europeia extraordin\u00e1ria convocada ap\u00f3s o referendo. Come\u00e7a ent\u00e3o o longo processo de div\u00f3rcio entre Londres e Bruxelas. Um processo dirigido agora por Theresa May, escolhida pelos conservadores e que defende uma sa\u00edda \u201charmoniosa e ordenada\u201d Mas, por onde come\u00e7ar?Neste final de ano de 2016, ainda \u00e9 cedo para prever as consequ\u00eancias na Europa da perda deste membro e na Gr\u00e3-Bretanha dividida da desta navega\u00e7\u00e3o solit\u00e1ria. O ano de 2017 vai certamente ouvir falar dos descontentes que continuam a manifestar-se.", "dateCreated": "2016-12-31T14:43:48+01:00", "dateModified": "2016-12-31T14:43:48+01:00", "datePublished": "2016-12-31T14:43:48+01:00", "image": { "@type": "ImageObject", "url": "https://image.staticox.com/?url=https%3A%2F%2Fstatic.euronews.com%2Farticles%2F351946%2F1440x810_351946.jpg", "width": "1440px", "height": "810px", "caption": "\u201cTo be or not to be\u201d na Uni\u00e3o Europeia.", "thumbnail": "https://image.staticox.com/?url=https%3A%2F%2Fstatic.euronews.com%2Farticles%2F351946%2F432x243_351946.jpg", "publisher": { "@type": "Organization", "name": "euronews", "url": "https://image.staticox.com/?url=https%3A%2F%2Fstatic.euronews.com%2Fwebsite%2Fimages%2Feuronews-logo-main-blue-403x60.png" } }, "author": { "@type": "Person", "familyName": "Barradas", "givenName": "Maria", "name": "Maria Barradas", "url": "/perfis/114", "worksFor": { "@type": "Organization", "name": "Euronews", "url": "/", "logo": { "@type": "ImageObject", "url": "https://image.staticox.com/?url=https%3A%2F%2Fstatic.euronews.com%2Fwebsite%2Fimages%2Feuronews-logo-main-blue-403x60.png", "width": "403px", "height": "60px" }, "sameAs": [ "https://www.facebook.com/pt.euronews", "https://twitter.com/euronewspt", "https://flipboard.com/@euronewspt", "https://www.linkedin.com/company/euronews" ] }, "jobTitle": "Journaliste", "memberOf": { "@type": "Organization", "name": "Equipe de langue portugaise" } }, "publisher": { "@type": "Organization", "name": "Euronews", "legalName": "Euronews", "url": "/", "logo": { "@type": "ImageObject", "url": "https://image.staticox.com/?url=https%3A%2F%2Fstatic.euronews.com%2Fwebsite%2Fimages%2Feuronews-logo-main-blue-403x60.png", "width": "403px", "height": "60px" }, "sameAs": [ "https://www.facebook.com/pt.euronews", "https://twitter.com/euronewspt", "https://flipboard.com/@euronewspt", "https://www.linkedin.com/company/euronews" ] }, "articleSection": [ "Mundo" ], "isAccessibleForFree": "False", "hasPart": { "@type": "WebPageElement", "isAccessibleForFree": "False", "cssSelector": ".poool-content" } }, { "@type": "WebSite", "name": "Euronews.com", "url": "/", "potentialAction": { "@type": "SearchAction", "target": "/search?query={search_term_string}", "query-input": "required name=search_term_string" }, "sameAs": [ "https://www.facebook.com/pt.euronews", "https://twitter.com/euronewspt", "https://flipboard.com/@euronewspt", "https://www.linkedin.com/company/euronews" ] } ] }
PUBLICIDADE

2016: Britânicos decidem "not to be" na União Europeia

2016: Britânicos decidem "not to be" na União Europeia
Direitos de autor 
De Maria Barradas
Publicado a
Partilhe esta notíciaComentários
Partilhe esta notíciaClose Button

“To be or not to be” na União Europeia.

PUBLICIDADE

“To be or not to be” na União Europeia. Foi a questão que David Cameron se comprometeu a colocar aos britânicos durante a campanha eleitoral de 2015. Na altura, tratava-se de retórica eleitoral. Sabia-se que muitos na Grã-Bretanha se queixavam cada vez mais da Europa, mas ninguém acreditava que o país pudesse abandonar o navio.

Mas foi sem contar com a mobilização sem precedentes dos partidários da saída, que moveram montanhas para atingir o objectivo, o famoso BEXIT, um termo criado a partir da abreviação de British e êxit. Estes militantes, fortemente motivados, tinham como objetivo simplesmente a saída da União Europeia, a que o país tinha aderido em 1972.

Para dirigir esta campanha anti-europeia, os pró-Brexit tinham duas personagens exuberantes da política britânica. Nigel Farage, o populista chefe do UKIP, o Partido Independentista e Boris Johnson, o ex-presidente da câmara de Londres, eletrão livre do Partido Conservador. Durante toda a campanha os dois martelaram o slogan “Queremos o nosso pais de volta”, com argumentos e representações irónicas sobre a União.

Farage ironizava: “Já nem sequer temos um aporte britânico, temos um aporte da União Europeia”.

Boris Johnson contava histórias: “É agora ou nunca, porque se falharmos a mudança agora, vamos sentir-nos como ageiros bloqueados na parte de trás de um veículo pouco fiável comandado por satélite e dirigido por alguém que não percebe inglês e nos conduz para a direção oposta aquela em que queremos ir.”

A campanha organizou-se nos dois campos com determinação. Os que defendiam a saída estão convencidos que a Grã-Bretanha será mais forte e mais rica sem a Europa; os que queriam continuar agitavam a ameaça de uma catástrofe económica e contavam com o apoio dos grandes líderes internacionais, cujas declarações se sucediam:

Donald Tusk: “Eu acredito profundamente que ao Reino Unido precisa da Europa e a Europa precisa do Reino Unido”.

Jean-Claude Juncker : “Eu sempre disse que quero que o Reino Unido permaneça na União Europeia, na base de um acordo justo”.

François Hollande: “Eu não queria lançar receios, mas deizer apenas a verdade: vai haver consequências se o Reino Unido deixar a União Europeia”.

E até Barack Obama : “Os Estados Unidos querem um Reino Unido forte como parceiro. E o Reino Unido está no seu melhor quando ajuda a liderar uma Europa forte”.

Ainda que muito viva, a campanha manteve-se controlada até ao drama ocorrido poucos dias antes do escrutínio: a deputada trabalhista, Jo Cox, que fazia campanha pela manutenção do país na União Europeia, foi assassinada em plena rua, por um homem que terá gritado: primeiro a Grã-Bretanha. Um assassinato que indignou o país e a Europa.

Durante alguns dias, a campanha foi suspensa e as intenções de voto contra o Brexit subiram. Pensou-se, então, que o drama teria feito pender a balança a favor dos que queriam ficar. No dia 23, dia do voto, ninguém acreditava no cenário da saída.
O anúncio dos primeiros números foi um choque! Cerca de 52% dos britânicos decidiram abandonar a União Europeia, que conhece a primeira deserção após varias vagas de alargamento.

O campo do Brexit exulta de alegria. Na ressaca, com o navio à deriva, os dois corajosos comandantes, saltam. Nigel Farage, considerando a sua missão cumprida, abandona a política; Boris Johnson recusa o cargo de primeiro-ministro deixado vago por David Cameron, que declarou após o voto:
“Não penso que fosse correto eu ser o comandante que conduz o nosso país para o próximo destino”.

Ainda em choque, Cameron desloca-se alguns dias mais tarde a Bruxelas para a cimeira europeia extraordinária convocada após o referendo. Começa então o longo processo de divórcio entre Londres e Bruxelas. Um processo dirigido agora por Theresa May, escolhida pelos conservadores e que defende uma saída “harmoniosa e ordenada”

Mas, por onde começar?
Neste final de ano de 2016, ainda é cedo para prever as consequências na Europa da perda deste membro e na Grã-Bretanha dividida da desta navegação solitária. O ano de 2017 vai certamente ouvir falar dos descontentes que continuam a manifestar-se.

Ir para os atalhos de ibilidade
Partilhe esta notíciaComentários

Notícias relacionadas

Carro atropela dezenas de pessoas em celebrações do Liverpool FC

Início da contagem de papagaios-do-mar nas Ilhas Farne celebra 100 anos de proteção

Membros da realeza britânica juntam-se à multidão no 80.º aniversário do Dia da Vitória