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Uma vit\u00f3ria incompleta\u2026 Mas os madeireiros ilegais continuam a ocupar as terras em quest\u00e3o e, por isso, a Survival International quer manter a press\u00e3o para que o governo e a FUNAI (Funda\u00e7\u00e3o Nacional do \u00cdndio) acelerem o processo de demarca\u00e7\u00e3o da \u00e1rea de 411.844 hectares em quest\u00e3o. Uma terra ainda amea\u00e7ada Segundo a Survival International, o Matto Grosso (onde est\u00e1 localizado o territ\u00f3rio dos Kawahiva) \u00e9 o \u00fanico Estado na Amaz\u00f3nia brasileira onde a desfloresta\u00e7\u00e3o aumentou (em 15%), nos \u00faltimos cinco meses de 2015. Os territ\u00f3rios ind\u00edgenas, que cont\u00eam alguns dos \u00faltimos vest\u00edgios da floresta tropical prim\u00e1ria amaz\u00f3nica, s\u00e3o altamente cobi\u00e7ados por madeireiros, rancheiros e mineiros. Governo de Temer \u00e9 \u201cm\u00e1 not\u00edcia\u201d para os Kawahiva A euronews entrevistou, via email, Sarah Shenker, ativista senior da Survival International: Quais s\u00e3o os pr\u00f3ximos desafios para os Kawahiva? Sarah Shenker: \u201cO pr\u00f3ximo desafio \u00e9 a implementa\u00e7\u00e3o, por parte da FUNAI, do decreto que estabelece, fisicamente, no mapa, a terra dos Kawahiva. Isto deve ser feito o mais r\u00e1pido poss\u00edvel, para evitar um recrudescimento nas invas\u00f5es de terras, depois da decis\u00e3o por decreto. A campanha global da Survival est\u00e1 a fazer press\u00e3o sobre o presidente da FUNAI, para garantir que a sua equipa no terreno tem pessoal e fundos suficientes para demarcar agora o territ\u00f3rio e para garantir que \u00e9 protegido de invas\u00f5es, de acordo com a Constitui\u00e7\u00e3o do Brasil.\u201d Quais s\u00e3o os riscos e consequ\u00eancias associadas \u00e0 atual crise pol\u00edtica no Brasil? Sarah Shenker: \u201cO governo interino de Temer \u00e9 uma m\u00e1 not\u00edcia para os Kawahiva e para os outros povos ind\u00edgenas do Brasil, porque \u00e9 altamente influenciado por pol\u00edticos anti-ind\u00edgenas associados ao \u2018lobby\u2019 rural, que fazem press\u00e3o para revogar decretos de demarca\u00e7\u00e3o e mudar leis para enfraquecer drasticamente os direitos territoriais ind\u00edgenas.\u201d Qual \u00e9 a situa\u00e7\u00e3o das outras tribos isoladas? Sarah Shenker: \u201cAs tribos isoladas constituem as popula\u00e7\u00f5es mais vulner\u00e1veis do planeta. Sabemos muito pouco acerca delas. Mas sabemos que h\u00e1 mais de uma centena em todo o mundo. E sabemos que popula\u00e7\u00f5es inteiras est\u00e3o a ser dizimadas pela viol\u00eancia de elementos externos, que roubam as suas terras e recursos, e por doen\u00e7as, como a gripe ou o sarampo, contra as quais n\u00e3o t\u00eam qualquer resist\u00eancia. 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A luta contra a extinção dos índios Kawahiva

A luta contra a extinção dos índios Kawahiva
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De Rodrigo Barbosa
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Depois de uma dura campanha para proteger os índios Kawahiva, um das últimas tribos isoladas da Amazónia, ameaçada de extinção, a ONG Survival International celebrava, no fim de abril, a decisão do Mi

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Depois de uma dura campanha para proteger os índios Kawahiva, um das últimas tribos isoladas da Amazónia, ameaçada de extinção, a ONG Survival International celebrava, no fim de abril, a decisão do Ministério da Justiça do Brasil de decretar uma zona protegida para os indígenas.

Uma vitória incompleta…

Mas os madeireiros ilegais continuam a ocupar as terras em questão e, por isso, a Survival International quer manter a pressão para que o governo e a FUNAI (Fundação Nacional do Índio) acelerem o processo de demarcação da área de 411.844 hectares em questão.

Uma terra ainda ameaçada

Segundo a Survival International, o Matto Grosso (onde está localizado o território dos Kawahiva) é o único Estado na Amazónia brasileira onde a desflorestação aumentou (em 15%), nos últimos cinco meses de 2015.

Os territórios indígenas, que contêm alguns dos últimos vestígios da floresta tropical primária amazónica, são altamente cobiçados por madeireiros, rancheiros e mineiros.

Governo de Temer é “má notícia” para os Kawahiva

A euronews entrevistou, via email, Sarah Shenker, ativista senior da Survival International:

  • Quais são os próximos desafios para os Kawahiva?

  • Sarah Shenker: “O próximo desafio é a implementação, por parte da FUNAI, do decreto que estabelece, fisicamente, no mapa, a terra dos Kawahiva. Isto deve ser feito o mais rápido possível, para evitar um recrudescimento nas invasões de terras, depois da decisão por decreto. A campanha global da Survival está a fazer pressão sobre o presidente da FUNAI, para garantir que a sua equipa no terreno tem pessoal e fundos suficientes para demarcar agora o território e para garantir que é protegido de invasões, de acordo com a Constituição do Brasil.”

  • Quais são os riscos e consequências associadas à atual crise política no Brasil?

  • Sarah Shenker: “O governo interino de Temer é uma má notícia para os Kawahiva e para os outros povos indígenas do Brasil, porque é altamente influenciado por políticos anti-indígenas associados ao ‘lobby’ rural, que fazem pressão para revogar decretos de demarcação e mudar leis para enfraquecer drasticamente os direitos territoriais indígenas.”

  • Qual é a situação das outras tribos isoladas?

  • Sarah Shenker: “As tribos isoladas constituem as populações mais vulneráveis do planeta. Sabemos muito pouco acerca delas. Mas sabemos que há mais de uma centena em todo o mundo. E sabemos que populações inteiras estão a ser dizimadas pela violência de elementos externos, que roubam as suas terras e recursos, e por doenças, como a gripe ou o sarampo, contra as quais não têm qualquer resistência. Todas as tribos isoladas enfrentam uma situação catastrófica, se as suas terras não forem protegidas. A Survival está a fazer tudo o que pode para garantir [essa proteção] e para lhes oferecer a oportunidade de determinar os seus próprios futuros.”

  • Há quem considere que a área a demarcar é demasiado grande para uma população de algumas dezenas de pessoas. Qual é a sua opinião?

  • Sarah Shenker: “Os Kawahiva dependem dessa terra para a sua sobrevivência. Não é demasiada território. A razão pela qual são tão poucos é que os seus antecessores foram massacrados ou morreram de doenças na sequência das invasões das suas terras por parte dos madeireiros. Os Kawahiva vivem atualmente em fuga, numa porção das suas terras ancestrais, lutando pela sua sobrevivência.”

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