{ "@context": "https://schema.org/", "@graph": [ { "@type": "NewsArticle", "mainEntityOfPage": { "@type": "Webpage", "url": "/2014/10/22/falah-mustafa-bakir-curdos-ficarao-gratos-com-qualquer-tipo-de-assistencia-da-" }, "headline": "Falah Mustafa Bakir: \u0022curdos ficar\u00e3o gratos com qualquer tipo de assist\u00eancia da Europa\u0022", "description": "Falah Mustafa Bakir: \u0022curdos ficar\u00e3o gratos com qualquer tipo de assist\u00eancia da Europa\u0022", "articleBody": "Os combatentes curdos est\u00e3o sozinhos no terreno, h\u00e1 muitos meses, contra o grupo Estado Isl\u00e2mico. Sem eles, os jihadistas teriam conquistado mais ainda. Mas ser\u00e1 que os curdos v\u00e3o ter benef\u00edcios com esta resist\u00eancia militar? \u00c9 verdade que a guerra contra os radicais isl\u00e2micos os aproximou. Diariamente, nas colinas de Kobani, os curdos turcos enterram os irm\u00e3os ca\u00eddos no outro lado da fronteira. T\u00eam um s\u00f3 objetivo: juntar-se aos seus irm\u00e3os e combaterem lado a lado. No Iraque, s\u00e3o os peshmergas que resistem, tamb\u00e9m h\u00e1 meses, ao assalto dos jihadistas, sempre pr\u00f3ximos das linhas inimigas. O Iraque \u00e9 um dos quatro pa\u00edses, em que os curdos dispersos, obtiveram, em 2005, uma entidade pol\u00edtica aut\u00f3noma, reconhecida pela Constitui\u00e7\u00e3o iraquiana e pela comunidade internacional.Os 40 milh\u00f5es de curdos no mundo, com exce\u00e7\u00e3o da di\u00e1spora na Europa, vivem no Ir\u00e3o, no Iraque, na S\u00edria e na Turquia.(Turquia: 18 milh\u00f5es; no Ir\u00e3o:10 milh\u00f5es; no Iraque: 8 milh\u00f5es; na S\u00edria: 2 milh\u00f5es).No olho do furac\u00e3o, o Curdist\u00e3o iraquiano parecia a premissa de um futuro de independ\u00eancia com largas fronteiras. O presidente do Curdist\u00e3o iraquiano n\u00e3o pede tanto mas, desde o ver\u00e3o ado, reivindica as vit\u00f3rias dos combatentes peshmergas no terreno, evocando a vontade de organizar um referendo para a independ\u00eancia da prov\u00edncia. Com o caos que se vive, atualmente, \u00e9 dif\u00edcil vaticinar se ser\u00e1 favor\u00e1vel.Os curdos da regi\u00e3o ganharam a primaira batalha e, com o apoio dos ocidentais, ocuparam a linha da frente e tornaram-se indispens\u00e1veis.O sonho de um Grande Curdist\u00e3o ainda est\u00e1 longe de ser poss\u00edvel, com as divis\u00f5es existentes entre curdos e os interesses divergentes dos pa\u00edses em que habitam. Assim, v\u00e3o continuar a ser um povo sem Estado, com milhares de deslocados de guerra que nunca chegam \u201ca casa\u201d. Para compreendermos melhor a quest\u00e3o, entrevist\u00e1mos Falah Mustafa Bakir, chefe da diplomacia do governo regional do Curdist\u00e3o iraquiano, que est\u00e1 em Bruxelas, no \u00e2mbito de um p\u00e9riplo pela Europa.euronews \u2013 V\u00e1rios governos ofereceram armas para a luta contra os radicais do grupo \u201cEstado Isl\u00e2mico\u201d. Agora, o que \u00e9 que est\u00e3o a pedir e que resposta est\u00e3o a ter?Falah Mustafa Bakir \u2013 De facto, estamos agradecidos aos governos que forneceram ajuda militar e humanit\u00e1ria, mas queremos que esse apoio seja sustentado e expandido, para que sejamos capazes de combater e derrotar o grupo \u2018Estado Isl\u00e2mico\u2019\u201d.Temos avan\u00e7ado, estamos a recuperar terreno, mas para garantir que vamos continuar a ter sucesso, necessitamos de expandir os ataques a\u00e9reos e que nos forna\u00e7am mais armamento pesado.Temos um parceiro cred\u00edvel no terreno, os soldados que est\u00e3o no terreno, que j\u00e1 provaram ao mundo que s\u00e3o capazes de executar o trabalho. 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Portanto, precisamos de parcerias e da coopera\u00e7\u00e3o dos governos regionais e tamb\u00e9m da coliga\u00e7\u00e3o internacional.euronews \u2013 E em rela\u00e7\u00e3o \u00e0 Turquia? A Turquia est\u00e1 a fazer o suficiente, no que vos diz respeito?Falah Mustafa Bakir \u2013 Temos de trabalhar em conjunto, mas a decis\u00e3o cabe ao governo turco, que tem de decidir qual \u00e9 sua posi\u00e7\u00e3o. Procuram clarifica\u00e7\u00f5es da coliga\u00e7\u00e3o internacional em rela\u00e7\u00e3o ao grupo \u2018Estado Isl\u00e2mico\u2019 na S\u00edria, mas julgo que levam este assunto a s\u00e9rio e temos esperan\u00e7a que venha a existir uma frente unida na coliga\u00e7\u00e3o internacional e nos poderes regionais para lidar com este assunto.euronews \u2013 E em rela\u00e7\u00e3o \u00e0 situa\u00e7\u00e3o humanit\u00e1ria? Falou em cerca de 1,5 milh\u00f5es de deslocados na regi\u00e3o do Curdist\u00e3o. Pessoas que fugiram da viol\u00eancia. Em termos de ajuda humanit\u00e1ria, o que \u00e9 que precisam?Falah Mustafa Bakir \u2013 Recebemos 250 mil refugiados s\u00edrios na nossa regi\u00e3o e, recentemente, chegaram mais 10 mil que atravessaram a fronteira de Kobani para a Turquia e depois da Turquia para a regi\u00e3o do Curdist\u00e3o. Mas, a juntar a estes, temos mais de 1 milh\u00e3o de iraquianos deslocados, dentro de portas. Estamos agradecidos \u00e0s ag\u00eancias e programas da ONU que t\u00eam estado ativos ao nosso lado no terreno. Estamos satisfeitos com o n\u00edvel de rela\u00e7\u00e3o que temos com eles. Agradecemos tamb\u00e9m \u00e0s ONG que se tornaram nossas parceiras e \u00e0s organiza\u00e7\u00f5es locais curdas de solidariedade. Mas precisamos de mais parceiros.Em primeiro lugar, gost\u00e1vamos que o governo de Bagdad partilhasse a responsabilidade connosco.Estamos agradecidos a todos os pa\u00edses doadores, em particular \u00e0 Uni\u00e3o Europeia. 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Falah Mustafa Bakir: "curdos ficarão gratos com qualquer tipo de assistência da Europa"

Falah Mustafa Bakir: "curdos ficarão gratos com qualquer tipo de assistência da Europa"
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Os combatentes curdos estão sozinhos no terreno, há muitos meses, contra o grupo Estado Islâmico. Sem eles, os jihadistas teriam conquistado mais ainda. Mas será que os curdos vão ter benefícios com esta resistência militar?
É verdade que a guerra contra os radicais islâmicos os aproximou. Diariamente, nas colinas de Kobani, os curdos turcos enterram os irmãos caídos no outro lado da fronteira. Têm um só objetivo: juntar-se aos seus irmãos e combaterem lado a lado.
No Iraque, são os peshmergas que resistem, também há meses, ao assalto dos jihadistas, sempre próximos das linhas inimigas. O Iraque é um dos quatro países, em que os curdos dispersos, obtiveram, em 2005, uma entidade política autónoma, reconhecida pela Constituição iraquiana e pela comunidade internacional.

Os 40 milhões de curdos no mundo, com exceção da diáspora na Europa, vivem no Irão, no Iraque, na Síria e na Turquia.
(Turquia: 18 milhões; no Irão:10 milhões; no Iraque: 8 milhões; na Síria: 2 milhões).

No olho do furacão, o Curdistão iraquiano parecia a premissa de um futuro de independência com largas fronteiras.

O presidente do Curdistão iraquiano não pede tanto mas, desde o verão ado, reivindica as vitórias dos combatentes peshmergas no terreno, evocando a vontade de organizar um referendo para a independência da província. Com o caos que se vive, atualmente, é difícil vaticinar se será favorável.
Os curdos da região ganharam a primaira batalha e, com o apoio dos ocidentais, ocuparam a linha da frente e tornaram-se indispensáveis.
O sonho de um Grande Curdistão ainda está longe de ser possível, com as divisões existentes entre curdos e os interesses divergentes dos países em que habitam. Assim, vão continuar a ser um povo sem Estado, com milhares de deslocados de guerra que nunca chegam “a casa”.

Para compreendermos melhor a questão, entrevistámos Falah Mustafa Bakir, chefe da diplomacia do governo regional do Curdistão iraquiano, que está em Bruxelas, no âmbito de um périplo pela Europa.

euronews – Vários governos ofereceram armas para a luta contra os radicais do grupo “Estado Islâmico”. Agora, o que é que estão a pedir e que resposta estão a ter?

Falah Mustafa Bakir – De facto, estamos agradecidos aos governos que forneceram ajuda militar e humanitária, mas queremos que esse apoio seja sustentado e expandido, para que sejamos capazes de combater e derrotar o grupo ‘Estado Islâmico’”.
Temos avançado, estamos a recuperar terreno, mas para garantir que vamos continuar a ter sucesso, necessitamos de expandir os ataques aéreos e que nos fornaçam mais armamento pesado.
Temos um parceiro credível no terreno, os soldados que estão no terreno, que já provaram ao mundo que são capazes de executar o trabalho. Por isso, o que pedimos a todos os nossos amigos na comunidade internacional é: Por favor, ajudem-nos para que tenhamos condições para combater e derrotar o grupo Estado Islâmico.

euronews- Está satisfeito com o facto das forças curdas serem as únicas no terreno a fazerem o ‘trabalho sujo’?

Falah Mustafa Bakir – Estamos orgulhosos por estarmos a combater esta organização terrorista em nome do mundo livre. Mas, para atingir os objetivos no Iraque, irão, certamente, ser necessários mais parceiros. Para combater o grupo Estado Islâmico a longo prazo precisamos de cooperação regional e internacional.
O combate não é só militar, no terreno, também a pela partilha de informações dos serviços secretos, pelo corte do apoio logístico, por um ataque às suas finanças e ao apoio económico que têm. Portanto, precisamos de parcerias e da cooperação dos governos regionais e também da coligação internacional.

euronews – E em relação à Turquia? A Turquia está a fazer o suficiente, no que vos diz respeito?

Falah Mustafa Bakir – Temos de trabalhar em conjunto, mas a decisão cabe ao governo turco, que tem de decidir qual é sua posição. Procuram clarificações da coligação internacional em relação ao grupo ‘Estado Islâmico’ na Síria, mas julgo que levam este assunto a sério e temos esperança que venha a existir uma frente unida na coligação internacional e nos poderes regionais para lidar com este assunto.

euronews – E em relação à situação humanitária? Falou em cerca de 1,5 milhões de deslocados na região do Curdistão. Pessoas que fugiram da violência. Em termos de ajuda humanitária, o que é que precisam?

Falah Mustafa Bakir – Recebemos 250 mil refugiados sírios na nossa região e, recentemente, chegaram mais 10 mil que atravessaram a fronteira de Kobani para a Turquia e depois da Turquia para a região do Curdistão. Mas, a juntar a estes, temos mais de 1 milhão de iraquianos deslocados, dentro de portas.
Estamos agradecidos às agências e programas da ONU que têm estado ativos ao nosso lado no terreno. Estamos satisfeitos com o nível de relação que temos com eles. Agradecemos também às ONG que se tornaram nossas parceiras e às organizações locais curdas de solidariedade. Mas precisamos de mais parceiros.
Em primeiro lugar, gostávamos que o governo de Bagdad partilhasse a responsabilidade connosco.
Estamos agradecidos a todos os países doadores, em particular à União Europeia. A Comissão Europeia avançou para ajudar na situação dos refugiados e deslocados internamente, mas enfrentamos um enorme desafio e o inverno está a chegar. Milhares de pessoas continuam a viver a ‘céu aberto’, em escolas ou em edifícios inacabados, o que é um grande desafio. Ficamos gratos com qualquer tipo de assistência que a comunidade europeia nos possa dar para que possamos ajudar quem precisa.

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