{ "@context": "https://schema.org/", "@graph": [ { "@type": "NewsArticle", "mainEntityOfPage": { "@type": "Webpage", "url": "/2013/10/30/essas-pessoas-e-as-criancas-da-colombia" }, "headline": "\u0022Essas Pessoas\u0022 e as crian\u00e7as da Col\u00f4mbia", "description": "\u0022Essas Pessoas\u0022 e as crian\u00e7as da Col\u00f4mbia", "articleBody": "Kelly Jhoanna: \u201cEm frente a minha casa ouvimos sempre tiros.\u201d\u201cAs balas perdidas podem vir para este lado e perguntamo-nos se nos vai acontecer alguma coisa\u201d.\u201cO meu av\u00f4, os meus anteados. Morreram por causa da viol\u00eancia.\u201d\u201cO meu irm\u00e3o teve problemas com essas pessoas, porque o ex\u00e9rcito o obrigou a trabalhar no mercado, porque tinham uma base l\u00e1 perto, depois o meu irm\u00e3o ajudou-os. Um dia foi para o outro lado, um s\u00edtio dif\u00edcil para ir, digamos. Foi apanhado e agora supostamente est\u00e1 a ser julgado, por trabalhar para essa gente. \u201cMaria Graciela Paya (m\u00e3e de Kelly): \u201cEncarei isso como sendo um sequestro ou algo parecido, porque nunca me deixaram falar com ele ou perguntar-lhe, porque \u00e9 que tomou essa decis\u00e3o? O que o levou a ar para o outro lado?Monica Pinna, euronews: \u201cEstamos na regi\u00e3o de Tolima, a zona de dom\u00ednio hist\u00f3rico das FARC. Apesar do acordo de paz com as guerrilhas, no Departamento de Tolima, assim como noutras zonas da Col\u00f4mbia permanece uma guerra silenciosa. As pessoas s\u00e3o apanhadas entre o ex\u00e9rcito e as guerrilhas e as crian\u00e7as s\u00e3o as mais vulner\u00e1veis.\u201dO recrutamento for\u00e7ado \u00e9 um dos principais riscos para crian\u00e7as como Kelly Jhoanna e os cinco irm\u00e3os. Kelly e a fam\u00edlia s\u00e3o ind\u00edgenas Nasawe\u2019sx e vivem numa reserva perto de Gaitania. As pessoas daqui conseguiram negociar um acordo de paz com os grupos armados, aqueles cujo nome ningu\u00e9m se atreve a mencionar. Do outro lado da montanha, os agricultores continuam a sofrer com o conflito. Duas pessoas tinham sido mortas h\u00e1 poucos dias.Kelly Jhoanna: \u201cOs filhos dos agricultores tamb\u00e9m v\u00eam para a escola e muitas vezes contam que este ou aquele menino foi levado. Quando \u201cessas pessoas\u201d descobrem que algum rapazes fazem 12 anos, levam-nos simplesmente. N\u00e3o os deixam estudar ou sair. Se as crian\u00e7as n\u00e3o forem levadas pelo ex\u00e9rcito, s\u00e3o levadas por \u201cessas pessoas\u201d.Est\u00e1 no \u00faltimo ano da escola de Nasawe\u2019sx, onde a ACNUR tem trabalhado desde 2012. Alguns alunos pertencem a fam\u00edlias deslocadas internamente e todos sofrem de dificuldades a v\u00e1rios n\u00edveis. Este ano, a Ag\u00eancia para os Refugiados da ONU conseguiu intervir fortemente nesta zona, gra\u00e7as \u00e0 iniciativa Crian\u00e7as da Paz da UE, que ajuda as crian\u00e7as de todo o mundo apanhadas no meio dos conflitos.H\u00e1 130 alunos entre os 11 e os 21 anos na escola de Nasawe\u2019sx e as atividades v\u00e3o para al\u00e9m das aulas. A ACNUR trabalha em conjunto com a comunidade, para para oferecer novas oportunidades \u00e0s crian\u00e7as.Gustavo Torres: \u201or vezes pode ter resultados contradit\u00f3rios. As crian\u00e7as estudam e depois n\u00e3o voltam \u00e0 comunidade, n\u00e3o voltam \u00e0 terra. Estamos a apostar nisso. Estamos a renovar os edif\u00edcios escolares, as casas de banho\u2026 A dar um bom ambiente aos alunos, onde se possam sentir protegidos, crescer e tamb\u00e9m a aprender a gostar desta institui\u00e7\u00e3o e da comunidade\u201d.Esta prote\u00e7\u00e3o das crian\u00e7as do recrutamento for\u00e7ado e dos traumas do conflito tamb\u00e9m envolve atividades recreativas e programas escolares espec\u00edficos, que refor\u00e7am o sentimento de perten\u00e7a a esta cultura ind\u00edgena.Kelly Jhoanna: \u201cQuero continuar a estudar para ajudar o meu povo, para lhes ensinar o que aprendi nas aulas e ajudar a minha comunidade.\u201dApenas 1% destes alunos consegue continuar a estudar todos os anos. A comunidade sonha com uma universidade local.Kelly Jhoanna: \u201recisamos de uma educa\u00e7\u00e3o mais avan\u00e7ada. Enquanto estudantes e crian\u00e7as, precisamos de evoluir no nosso conhecimento e na nossa maneira de pensar.\u201d", "dateCreated": "2013-10-30T11:42:25+01:00", "dateModified": "2013-10-30T11:42:25+01:00", "datePublished": "2013-10-30T11:42:25+01:00", "image": { "@type": "ImageObject", "url": "https://image.staticox.com/?url=https%3A%2F%2Fstatic.euronews.com%2Farticles%2F243096%2F1440x810_243096.jpg", "width": 1440, "height": 810, "caption": "\u0022Essas Pessoas\u0022 e as crian\u00e7as da Col\u00f4mbia", "thumbnail": "https://image.staticox.com/?url=https%3A%2F%2Fstatic.euronews.com%2Farticles%2F243096%2F432x243_243096.jpg", "publisher": { "@type": "Organization", "name": "euronews", "url": "https://image.staticox.com/?url=https%3A%2F%2Fstatic.euronews.com%2Fwebsite%2Fimages%2Feuronews-logo-main-blue-403x60.png" } }, "publisher": { "@type": "Organization", "name": "Euronews", "legalName": "Euronews", "url": "/", "logo": { "@type": "ImageObject", "url": "https://image.staticox.com/?url=https%3A%2F%2Fstatic.euronews.com%2Fwebsite%2Fimages%2Feuronews-logo-main-blue-403x60.png", "width": 403, "height": 60 }, "sameAs": [ "https://www.facebook.com/pt.euronews", "https://twitter.com/euronewspt", "https://flipboard.com/@euronewspt", "https://www.linkedin.com/company/euronews" ] }, "articleSection": [ "Mundo" ], "isAccessibleForFree": "False", "hasPart": { "@type": "WebPageElement", "isAccessibleForFree": "False", "cssSelector": ".poool-content" } }, { "@type": "WebSite", "name": "Euronews.com", "url": "/", "potentialAction": { "@type": "SearchAction", "target": "/search?query={search_term_string}", "query-input": "required name=search_term_string" }, "sameAs": [ "https://www.facebook.com/pt.euronews", "https://twitter.com/euronewspt", "https://flipboard.com/@euronewspt", "https://www.linkedin.com/company/euronews" ] } ] }
PUBLICIDADE

"Essas Pessoas" e as crianças da Colômbia

"Essas Pessoas" e as crianças da Colômbia
Direitos de autor 
De Euronews
Publicado a
Partilhe esta notíciaComentários
Partilhe esta notíciaClose Button
PUBLICIDADE

Kelly Jhoanna: “Em frente a minha casa ouvimos sempre tiros.”

“As balas perdidas podem vir para este lado e perguntamo-nos se nos vai acontecer alguma coisa”.

“O meu avô, os meus anteados. Morreram por causa da violência.”

“O meu irmão teve problemas com essas pessoas, porque o exército o obrigou a trabalhar no mercado, porque tinham uma base lá perto, depois o meu irmão ajudou-os. Um dia foi para o outro lado, um sítio difícil para ir, digamos. Foi apanhado e agora supostamente está a ser julgado, por trabalhar para essa gente. “

(function(d, s, id) { var js, fjs = d.getElementsByTagName(s)0; if (d.getElementById(id)) return; js = d.createElement(s); js.id = id; js.src = “//connect.facebook.net/en_GB/all.js#xfbml=1”; fjs.parentNode.insertBefore(js, fjs); }(document, ‘script’, ‘facebook-jssdk’));Post by Backpack Reports.

Maria Graciela Paya (mãe de Kelly): “Encarei isso como sendo um sequestro ou algo parecido, porque nunca me deixaram falar com ele ou perguntar-lhe, porque é que tomou essa decisão? O que o levou a ar para o outro lado?

Monica Pinna, euronews: “Estamos na região de Tolima, a zona de domínio histórico das FARC. Apesar do acordo de paz com as guerrilhas, no Departamento de Tolima, assim como noutras zonas da Colômbia permanece uma guerra silenciosa. As pessoas são apanhadas entre o exército e as guerrilhas e as crianças são as mais vulneráveis.”

O recrutamento forçado é um dos principais riscos para crianças como Kelly Jhoanna e os cinco irmãos. Kelly e a família são indígenas Nasawe’sx e vivem numa reserva perto de Gaitania. As pessoas daqui conseguiram negociar um acordo de paz com os grupos armados, aqueles cujo nome ninguém se atreve a mencionar. Do outro lado da montanha, os agricultores continuam a sofrer com o conflito. Duas pessoas tinham sido mortas há poucos dias.

Kelly Jhoanna: “Os filhos dos agricultores também vêm para a escola e muitas vezes contam que este ou aquele menino foi levado. Quando “essas pessoas” descobrem que algum rapazes fazem 12 anos, levam-nos simplesmente. Não os deixam estudar ou sair. Se as crianças não forem levadas pelo exército, são levadas por “essas pessoas”.

Está no último ano da escola de Nasawe’sx, onde a ACNUR tem trabalhado desde 2012. Alguns alunos pertencem a famílias deslocadas internamente e todos sofrem de dificuldades a vários níveis. Este ano, a Agência para os Refugiados da ONU conseguiu intervir fortemente nesta zona, graças à iniciativa Crianças da Paz da UE, que ajuda as crianças de todo o mundo apanhadas no meio dos conflitos.

Há 130 alunos entre os 11 e os 21 anos na escola de Nasawe’sx e as atividades vão para além das aulas. A ACNUR trabalha em conjunto com a comunidade, para para oferecer novas oportunidades às crianças.

Gustavo Torres: “Por vezes pode ter resultados contraditórios. As crianças estudam e depois não voltam à comunidade, não voltam à terra. Estamos a apostar nisso. Estamos a renovar os edifícios escolares, as casas de banho… A dar um bom ambiente aos alunos, onde se possam sentir protegidos, crescer e também a aprender a gostar desta instituição e da comunidade”.

Esta proteção das crianças do recrutamento forçado e dos traumas do conflito também envolve atividades recreativas e programas escolares específicos, que reforçam o sentimento de pertença a esta cultura indígena.

Kelly Jhoanna: “Quero continuar a estudar para ajudar o meu povo, para lhes ensinar o que aprendi nas aulas e ajudar a minha comunidade.”

Apenas 1% destes alunos consegue continuar a estudar todos os anos. A comunidade sonha com uma universidade local.

Kelly Jhoanna: “Precisamos de uma educação mais avançada. Enquanto estudantes e crianças, precisamos de evoluir no nosso conhecimento e na nossa maneira de pensar.”

Ir para os atalhos de ibilidade
Partilhe esta notíciaComentários

Notícias relacionadas

Myanmar no "caminho da autodestruição" se a violência não acabar, diz enviada da ONU

Presidente do Burundi afirma que o Ruanda planeia incitar à guerra no seu país

Situação "dramática": Sudão do Sul corre risco de regressar à guerra civil, diz enviado da ONU