{ "@context": "https://schema.org/", "@graph": [ { "@type": "NewsArticle", "mainEntityOfPage": { "@type": "Webpage", "url": "/2011/03/16/exclusivo-euronews-filho-de-kadhafi-anuncia-o-fim-da-guerra-e-pede-a-sarkozy-o-" }, "headline": "EXCLUSIVO EURONEWS: Filho de Kadhafi anuncia o fim da guerra e pede a Sarkozy o dinheiro da campanha eleitoral", "description": "EXCLUSIVO EURONEWS: Filho de Kadhafi anuncia o fim da guerra e pede a Sarkozy o dinheiro da campanha eleitoral", "articleBody": "O regime de Muammar Kadhafi assegura que o fim dos combates est\u00e1 para breve. A euronews entrevistou em Tripoli o filho do l\u00edder l\u00edbio, Saif al-Islam Kadhafi, que disparou em todas as dire\u00e7\u00f5es. A campanha do presidente franc\u00eas, Nicolas Sarkozy, foi financiada com dinheiro l\u00edbio e a Liga \u00c1rabe \u00e9 um teatro de d\u00e9spotas a representar a democracia. Riad Muasses, euronews:\u201cSaif al-Islam Kadhafi, antes dos acontecimentos atuais voc\u00ea apresentava-se como o rosto da L\u00edbia reformista. Hoje quais s\u00e3o os seus projetos reformistas perante aqueles que se manifestaram contra si?\u201dSaif al-Islam Kadhafi:\u201cComo p\u00f4de constatar durante duas semanas, o que vimos nas ruas n\u00e3o foram manifestantes mas milicianos armados, que mataram pessoas, que aterrorizaram pessoas. Voc\u00ea viu-os em Baida onde executaram pol\u00edcias, ou em Darna onde enforcaram pessoas nas pontes, ou em Misrata quando queimaram um homem na pra\u00e7a p\u00fablica aos olhos de todos. Esta gente n\u00e3o acredita no di\u00e1logo, nem nos Direitos Humanos, nem na Democracia. Eles s\u00e3o criminosos e, felizmente, s\u00e3o eles que tiram as fotografias e filmam os v\u00eddeos do que fazem antes de os difundir. Hoje, o povo l\u00edbio revoltou-se para defender a sua terra e o seu pa\u00eds. Todos os dias o ex\u00e9rcito l\u00edbio liberta uma cidade e o povo sai \u00e0 rua, contente, para celebrar as vit\u00f3rias. O povo l\u00edbio est\u00e1 todo unido contra as mil\u00edcias e os terroristas. At\u00e9 o ex\u00e9rcito est\u00e1 cheio de volunt\u00e1rios que se alistaram para combater. As reformas pol\u00edticas, pretendemos faz\u00ea-las quando recuperarmos a paz e a calma no nosso pa\u00eds. Antes est\u00e1vamos preparados para efetuar reformas e elaborar uma nova constitui\u00e7\u00e3o, com mais liberdades, mas por agora o tempo \u00e9 de combate contra estes terroristas para libertar a L\u00edbia.\u201dRiad Muasses, euronews:\u201cMas voc\u00ea est\u00e1 convencido que a L\u00edbia precisa de grandes reformas?\u201dSaif al-Islam Kadhafi: \u201cSim, n\u00f3s estamos de acordo nesse ponto mas se voc\u00ea falar com um homem na rua e lhe perguntar o que quer, ele vai responder: seguran\u00e7a. Ele n\u00e3o vai falar agora de projectos de reconstru\u00e7\u00e3o, ou de infraestruturas, porque os l\u00edbios viram o terror nas m\u00e3os dessas mil\u00edcias. Por isso, o que o nosso povo pede \u00e9 recuperar a paz e a seguran\u00e7a. Essa \u00e9 a prioridade. As reformas v\u00eam depois do restabelecimento da situa\u00e7\u00e3o, dentro de uma ou duas semanas, ou dentro de um m\u00eas, porque \u00e9 tempo para o nascimento de uma nova L\u00edbia com novas leis e uma constitui\u00e7\u00e3o. Agora estamos a assistir ao nascimento de uma L\u00edbia moderna.\u201dRiad Muasses, euronews:\u201cComo \u00e9 que podemos confirmar a presen\u00e7a da Al Qaida ou de outros grupos militares?\u201dSaif al-Islam Kadhafi:\u201cSejamos claros, a presen\u00e7a da Al Qaida estava limitada \u00e0s localidades de Zawyia, Darna e Bayda, mas assistimos igualmente ao surgimento de certos grupos armados de assassinos e de criminosos que se organizaram em mil\u00edcias armadas e que recrutaram jovens. Voc\u00ea viu-os na televis\u00e3o a beberem \u00e1lcool, a escutarem m\u00fasica alta e a tomarem drogas. Portanto, h\u00e1 dois tipos de grupos: mil\u00edcias criminosas e organiza\u00e7\u00f5es isl\u00e2micas extremistas \u2013 e ambos s\u00e3o inimigos do povo l\u00edbio.\u201dRiad Muasses, euronews:\u201cEnt\u00e3o n\u00e3o h\u00e1 gente a manifestar-se contra si, apenas mil\u00edcias e extremistas isl\u00e2micos?\u201dSaif al-Islam Kadhafi, euronews:\u201cO mais importante \u00e9 o que se ou em Benghazi, na cidade de Benghazi, e n\u00f3s nos pr\u00f3ximos dias vamos poder mostar a verdade e os filmes. Primeiro, h\u00e1 alguns homens de neg\u00f3cios que pediram \u00e0 m\u00e3o-de-obra \u00e1rabe que se encontra na L\u00edbia para sair \u00e0 rua. A maioria das pessoas que se manifestou s\u00e3o eg\u00edpcios e palestinianos no desemprego. Segundo, talvez haja gente em Benghazi que \u00e9 contra Kadhafi, talvez mesmo alguns milhares. Mas em Benghazi h\u00e1 um milh\u00e3o e meio de habitantes. Se h\u00e1 contra n\u00f3s uma dezena de milhar n\u00e3o \u00e9 o fim do mundo. H\u00e1 milhares de pessoas na L\u00edbia que n\u00e3o acreditam em Deus e n\u00e3o apenas que n\u00e3o acreditam em Muammar Kadhafi. O nosso antigo ministro dos Neg\u00f3cios Estrangeiros faz parte dessess ateus e n\u00e3o esconde o seu ate\u00edsmo. N\u00e3o \u00e9 l\u00f3gico afirmar que o povo l\u00edbio est\u00e1 a 100 por cento com Muammar Kadhafi.\u201dRiad Muasses, euronews:\u201cEnt\u00e3o n\u00e3o h\u00e1 um cont\u00e1gio com origem na Tun\u00edsia e no Egipto?\u201dSaif al-Islam Kadhafi:\u201cN\u00e3o se trata de uma quest\u00e3o de cont\u00e1gio, \u00e9 uma quest\u00e3o de moda. Parece-se um pouco com as revoltas juvenis na Europa nos anos 60. Al\u00e9m do mais \u00e9 preciso n\u00e3o esquecer que h\u00e1 televis\u00f5es \u00e1rabes que nos fizeram uma guerra medi\u00e1tica, cheia de mentiras e rumores. Isso agora \u00e9 tudo claro para o nosso povo. Por exemplo, uma dessas televis\u00f5es afirmou que as for\u00e7as l\u00edbias atacaram o porto de Mezda, ora Mezda \u00e9 uma cidade no cora\u00e7\u00e3o do deserto. As esta\u00e7\u00f5es de televis\u00e3o dos nossos irm\u00e3os \u00e1rabes desceram a um n\u00edvel muito baixo e humilhante e o nosso povo ri-se delas. Hoje, as televis\u00f5es \u00e1rabes inimigas dizem que Tripoli caiu nas m\u00e3os do que chamam \u201cL\u00edbia Livre\u201d e que h\u00e1 combates nas ruas de Tripoli.\u201dRiad Muasses, euronews:\u201cH\u00e1 informa\u00e7\u00f5es que dizem que as vossas for\u00e7as est\u00e3o pr\u00f3ximas de Benghazi. O que pensa fazer contra aqueles que enfrentam com armas o regime?\u201dSaif al-Islam Kadhafi:\u201rimeiro, \u00e9 preciso dizer que eles fugiram. H\u00e1 multid\u00f5es que tentam ar as fronteiras para o Egito e dissemos, no seio do Ex\u00e9rcito, para deixarem uma agem livre para esses traidores, essas mil\u00edcias. Aqueles que aram os Estados Unidos, a Gr\u00e3-Bretanha, a Fran\u00e7a e pediram o regresso das tropas brit\u00e2nicas e a interven\u00e7\u00e3o das tropas norte-americanas e da NATO, est\u00e3o a partir acompanhados das fam\u00edlias para o Egito. N\u00e3o queremos matar, nem vingar-nos. Mas os traidores e mercen\u00e1rios que cometeram crimes contra o povo l\u00edbio, que partam e v\u00e3o em paz para o Egito.\u201dRiad Muasses, euronews:\u201cA ONU est\u00e1 a estudar uma resolu\u00e7\u00e3o que imp\u00f5e uma zona de exclus\u00e3o a\u00e9rea. Que pensa da sua eventual ado\u00e7\u00e3o?\u201dSaif al-Islam Kadhafi:\u201cAs opera\u00e7\u00f5es militares terminaram. Dentro de 48 horas tudo estar\u00e1 terminado. As nossas for\u00e7as est\u00e3o quase em Benghazi. Qualquer que seja a decis\u00e3o chegar\u00e1 demasiado tarde.\u201dRiad Muasses, euronews:\u201cA Liga \u00c1rabe considera o regime l\u00edbio ileg\u00edtimo: a L\u00edbia vai permanecer na Liga \u00c1rabe?\u201dSaif al-Islam Kadhafi, euronews:\u201cIsso \u00e9 rid\u00edculo. Esses regimes n\u00e3o s\u00e3o democr\u00e1ticos, n\u00e3o realizam elei\u00e7\u00f5es, os seus presidentes n\u00e3o s\u00e3o eleitos e n\u00e3o aplicam as constitui\u00e7\u00f5es nem as leis. Esses regimes s\u00e3o todos ileg\u00edtimos. O nosso problema \u00e9 com o secret\u00e1rio da Liga \u00c1rabe, Amr Moussa. Esse homem recebe dinheiro do Qatar e prepara-se para uma campanha presidencial no Egito. Os nossos irm\u00e3os do Qatar pediram-lhe para desempenhar esse papel. N\u00f3s somos l\u00facidos e sabemos o que se prepara contra n\u00f3s. Amr Moussa n\u00e3o \u00e9 leg\u00edtimo e os presidentes \u00e1rabes tamb\u00e9m n\u00e3o. Al\u00e9m disso, esses regimes \u00e1rabes com origem em ditaduras ou heredit\u00e1rios agem como se fossem a Uni\u00e3o Europeia ou os Estados Unidos. N\u00f3s conhecemos bem as pe\u00e7as de teatro que se representam na Liga \u00c1rabe. A nossa prioridade agora n\u00e3o \u00e9 decidir se permanecemos ou n\u00e3o na Liga \u00c1rabe. Tomaremos essa decis\u00e3o a seu tempo. A prioridade agora \u00e9 libertar o pa\u00eds e terminar o nosso combate contra as mil\u00edcias armadas.\u201dRiad Muasses, euronews: \u201cA Fran\u00e7a foi o primeiro pa\u00eds a reconhecer o Conselho Nacional da revolu\u00e7\u00e3o. O que pensa disso e qual \u00e9 a sua opini\u00e3o do presidente franc\u00eas Nicolas Sarkozy?\u201dSaif al-Islam Kadhafi:\u201cSarkozy deve devolver \u00e0 L\u00edbia o dinheiro que recebeu para financiar a campanha eleitoral. Fomos n\u00f3s que a financi\u00e1mos e estamos dispostos a revelar os detalhes. A primeira coisa que pedimos a esse \u201alha\u00e7o\u201d \u00e9 que devolva o dinheiro do povo l\u00edbio, pois n\u00f3s demos uma ajuda para que ele ajude tamb\u00e9m o povo l\u00edbio. Mas ele desiludiu-nos. Temos todos os detalhes, as contas banc\u00e1rias, os documentos e as opera\u00e7\u00f5es de transfer\u00eancia e vamos revelar tudo em breve.\u201dRiad Muasses, euronews:\u201cUma \u00faltima quest\u00e3o, voc\u00ea \u00e9 o filho de Muammar Kadhafi. H\u00e1 um projeto de transmiss\u00e3o heredit\u00e1ria do poder na L\u00edbia?\u201dSaif al-Islam Kadhafi: \u201cN\u00e3o vou falar desse assunto porque j\u00e1 tomei uma decis\u00e3o h\u00e1 muito tempo. 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EXCLUSIVO EURONEWS: Filho de Kadhafi anuncia o fim da guerra e pede a Sarkozy o dinheiro da campanha eleitoral

EXCLUSIVO EURONEWS: Filho de Kadhafi anuncia o fim da guerra e pede a Sarkozy o dinheiro da campanha eleitoral
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O regime de Muammar Kadhafi assegura que o fim dos combates está para breve. A euronews entrevistou em Tripoli o filho do líder líbio, Saif al-Islam Kadhafi, que disparou em todas as direções. A campanha do presidente francês, Nicolas Sarkozy, foi financiada com dinheiro líbio e a Liga Árabe é um teatro de déspotas a representar a democracia.

Riad Muasses, euronews:
“Saif al-Islam Kadhafi, antes dos acontecimentos atuais você apresentava-se como o rosto da Líbia reformista. Hoje quais são os seus projetos reformistas perante aqueles que se manifestaram contra si?”

Saif al-Islam Kadhafi:
“Como pôde constatar durante duas semanas, o que vimos nas ruas não foram manifestantes mas milicianos armados, que mataram pessoas, que aterrorizaram pessoas. Você viu-os em Baida onde executaram polícias, ou em Darna onde enforcaram pessoas nas pontes, ou em Misrata quando queimaram um homem na praça pública aos olhos de todos. Esta gente não acredita no diálogo, nem nos Direitos Humanos, nem na Democracia. Eles são criminosos e, felizmente, são eles que tiram as fotografias e filmam os vídeos do que fazem antes de os difundir. Hoje, o povo líbio revoltou-se para defender a sua terra e o seu país. Todos os dias o exército líbio liberta uma cidade e o povo sai à rua, contente, para celebrar as vitórias. O povo líbio está todo unido contra as milícias e os terroristas. Até o exército está cheio de voluntários que se alistaram para combater. As reformas políticas, pretendemos fazê-las quando recuperarmos a paz e a calma no nosso país. Antes estávamos preparados para efetuar reformas e elaborar uma nova constituição, com mais liberdades, mas por agora o tempo é de combate contra estes terroristas para libertar a Líbia.”

Riad Muasses, euronews:
“Mas você está convencido que a Líbia precisa de grandes reformas?”

Saif al-Islam Kadhafi:
“Sim, nós estamos de acordo nesse ponto mas se você falar com um homem na rua e lhe perguntar o que quer, ele vai responder: segurança. Ele não vai falar agora de projectos de reconstrução, ou de infraestruturas, porque os líbios viram o terror nas mãos dessas milícias. Por isso, o que o nosso povo pede é recuperar a paz e a segurança. Essa é a prioridade. As reformas vêm depois do restabelecimento da situação, dentro de uma ou duas semanas, ou dentro de um mês, porque é tempo para o nascimento de uma nova Líbia com novas leis e uma constituição. Agora estamos a assistir ao nascimento de uma Líbia moderna.”

Riad Muasses, euronews:
“Como é que podemos confirmar a presença da Al Qaida ou de outros grupos militares?”

Saif al-Islam Kadhafi:
“Sejamos claros, a presença da Al Qaida estava limitada às localidades de Zawyia, Darna e Bayda, mas assistimos igualmente ao surgimento de certos grupos armados de assassinos e de criminosos que se organizaram em milícias armadas e que recrutaram jovens. Você viu-os na televisão a beberem álcool, a escutarem música alta e a tomarem drogas. Portanto, há dois tipos de grupos: milícias criminosas e organizações islâmicas extremistas – e ambos são inimigos do povo líbio.”

Riad Muasses, euronews:
“Então não há gente a manifestar-se contra si, apenas milícias e extremistas islâmicos?”

Saif al-Islam Kadhafi, euronews:
“O mais importante é o que se ou em Benghazi, na cidade de Benghazi, e nós nos próximos dias vamos poder mostar a verdade e os filmes. Primeiro, há alguns homens de negócios que pediram à mão-de-obra árabe que se encontra na Líbia para sair à rua. A maioria das pessoas que se manifestou são egípcios e palestinianos no desemprego. Segundo, talvez haja gente em Benghazi que é contra Kadhafi, talvez mesmo alguns milhares. Mas em Benghazi há um milhão e meio de habitantes. Se há contra nós uma dezena de milhar não é o fim do mundo. Há milhares de pessoas na Líbia que não acreditam em Deus e não apenas que não acreditam em Muammar Kadhafi. O nosso antigo ministro dos Negócios Estrangeiros faz parte dessess ateus e não esconde o seu ateísmo. Não é lógico afirmar que o povo líbio está a 100 por cento com Muammar Kadhafi.”

Riad Muasses, euronews:
“Então não há um contágio com origem na Tunísia e no Egipto?”

Saif al-Islam Kadhafi:
“Não se trata de uma questão de contágio, é uma questão de moda. Parece-se um pouco com as revoltas juvenis na Europa nos anos 60. Além do mais é preciso não esquecer que há televisões árabes que nos fizeram uma guerra mediática, cheia de mentiras e rumores. Isso agora é tudo claro para o nosso povo. Por exemplo, uma dessas televisões afirmou que as forças líbias atacaram o porto de Mezda, ora Mezda é uma cidade no coração do deserto. As estações de televisão dos nossos irmãos árabes desceram a um nível muito baixo e humilhante e o nosso povo ri-se delas. Hoje, as televisões árabes inimigas dizem que Tripoli caiu nas mãos do que chamam “Líbia Livre” e que há combates nas ruas de Tripoli.”

Riad Muasses, euronews:
“Há informações que dizem que as vossas forças estão próximas de Benghazi. O que pensa fazer contra aqueles que enfrentam com armas o regime?”

Saif al-Islam Kadhafi:
“Primeiro, é preciso dizer que eles fugiram. Há multidões que tentam ar as fronteiras para o Egito e dissemos, no seio do Exército, para deixarem uma agem livre para esses traidores, essas milícias. Aqueles que aram os Estados Unidos, a Grã-Bretanha, a França e pediram o regresso das tropas britânicas e a intervenção das tropas norte-americanas e da NATO, estão a partir acompanhados das famílias para o Egito. Não queremos matar, nem vingar-nos. Mas os traidores e mercenários que cometeram crimes contra o povo líbio, que partam e vão em paz para o Egito.”

Riad Muasses, euronews:
“A ONU está a estudar uma resolução que impõe uma zona de exclusão aérea. Que pensa da sua eventual adoção?”

Saif al-Islam Kadhafi:
“As operações militares terminaram. Dentro de 48 horas tudo estará terminado. As nossas forças estão quase em Benghazi. Qualquer que seja a decisão chegará demasiado tarde.”

Riad Muasses, euronews:
“A Liga Árabe considera o regime líbio ilegítimo: a Líbia vai permanecer na Liga Árabe?”

Saif al-Islam Kadhafi, euronews:
“Isso é ridículo. Esses regimes não são democráticos, não realizam eleições, os seus presidentes não são eleitos e não aplicam as constituições nem as leis. Esses regimes são todos ilegítimos. O nosso problema é com o secretário da Liga Árabe, Amr Moussa. Esse homem recebe dinheiro do Qatar e prepara-se para uma campanha presidencial no Egito. Os nossos irmãos do Qatar pediram-lhe para desempenhar esse papel. Nós somos lúcidos e sabemos o que se prepara contra nós. Amr Moussa não é legítimo e os presidentes árabes também não. Além disso, esses regimes árabes com origem em ditaduras ou hereditários agem como se fossem a União Europeia ou os Estados Unidos. Nós conhecemos bem as peças de teatro que se representam na Liga Árabe. A nossa prioridade agora não é decidir se permanecemos ou não na Liga Árabe. Tomaremos essa decisão a seu tempo. A prioridade agora é libertar o país e terminar o nosso combate contra as milícias armadas.”

Riad Muasses, euronews:
“A França foi o primeiro país a reconhecer o Conselho Nacional da revolução. O que pensa disso e qual é a sua opinião do presidente francês Nicolas Sarkozy?”

Saif al-Islam Kadhafi:
“Sarkozy deve devolver à Líbia o dinheiro que recebeu para financiar a campanha eleitoral. Fomos nós que a financiámos e estamos dispostos a revelar os detalhes. A primeira coisa que pedimos a esse “palhaço” é que devolva o dinheiro do povo líbio, pois nós demos uma ajuda para que ele ajude também o povo líbio. Mas ele desiludiu-nos. Temos todos os detalhes, as contas bancárias, os documentos e as operações de transferência e vamos revelar tudo em breve.”

Riad Muasses, euronews:
“Uma última questão, você é o filho de Muammar Kadhafi. Há um projeto de transmissão hereditária do poder na Líbia?”

Saif al-Islam Kadhafi:
“Não vou falar desse assunto porque já tomei uma decisão há muito tempo. Já falei sobre isso e agora não falo mais.”

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