{ "@context": "https://schema.org/", "@graph": [ { "@type": "NewsArticle", "mainEntityOfPage": { "@type": "Webpage", "url": "/2024/07/15/a-reeleicao-de-trump-podera-afetar-a-economia-europeia-em-150-mil-milhoes-de-euros" }, "headline": "A reelei\u00e7\u00e3o de Trump poder\u00e1 afetar a economia europeia em 150 mil milh\u00f5es de euros", "description": "Uma vit\u00f3ria de Trump poderia provocar um impacto de 1% do PIB na economia da zona euro, sendo a Alemanha, a It\u00e1lia e a Finl\u00e2ndia as mais afetadas. 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Argumentam que a postura comercial agressiva de Trump poder\u00e1 reacender estas incertezas.\u0022Trump comprometeu-se a impor uma tarifa generalizada de 10% sobre todas as importa\u00e7\u00f5es dos EUA, incluindo da Europa\u0022, sublinhou o Goldman Sachs numa nota recente.Os economistas prev\u00eaem que o aumento da incerteza da pol\u00edtica comercial pode resultar num decl\u00ednio de 1% no produto interno bruto da \u00e1rea do euro.A Alemanha e It\u00e1lia v\u00e3o ser as principais afetadasA Alemanha dever\u00e1 ser a principal afetada por este impacto. \u0022Estimamos que os efeitos negativos da incerteza da pol\u00edtica comercial sejam maiores na Alemanha do que no resto da zona euro, refletindo a sua maior abertura e depend\u00eancia da atividade industrial\u0022, explicou o Goldman Sachs.O relat\u00f3rio sublinhou que o sector industrial da Alemanha \u00e9 mais vulner\u00e1vel \u00e0s perturba\u00e7\u00f5es comerciais do que outras grandes economias da zona euro, como a Fran\u00e7a.Depois da Alemanha, prev\u00ea-se que a It\u00e1lia e a Finl\u00e2ndia sejam o segundo e o terceiro pa\u00edses mais afetados, devido ao peso, relativamente maior, da atividade industrial nas suas economias.De acordo com um estudo do Eurostat, publicado em fevereiro de 2024, a Alemanha (157,7 mil milh\u00f5es de euros), a It\u00e1lia (67,3 mil milh\u00f5es de euros) e a Irlanda (51,6 mil milh\u00f5es de euros) foram os tr\u00eas maiores exportadores da Uni\u00e3o Europeia para os Estados Unidos em 2023.A Alemanha tamb\u00e9m manteve o maior excedente comercial (85,8 mil milh\u00f5es de euros), seguida da It\u00e1lia (42,1 mil milh\u00f5es de euros).Defesa, press\u00f5es de seguran\u00e7a e mudan\u00e7as na situa\u00e7\u00e3o financeiraUma vit\u00f3ria de Trump poder\u00e1 trazer novas press\u00f5es de defesa e seguran\u00e7a para a Europa. Trump tem insistido constantemente para que os membros da NATO cumpram os seus compromissos de despesa com a defesa de 2% do PIB. Atualmente, os membros da UE gastam cerca de 1,75% do PIB, o que implica um aumento de 0,25% para atingir o objetivo.Al\u00e9m disso, Trump indicou que poder\u00e1 cessar a ajuda militar dos EUA \u00e0 Ucr\u00e2nia, obrigando as na\u00e7\u00f5es europeias a intervir. Atualmente, os EUA atribuem cerca de 40 mil milh\u00f5es de euros por ano (ou 0,25% do PIB da UE) para apoiar a Ucr\u00e2nia. 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A reeleição de Trump poderá afetar a economia europeia em 150 mil milhões de euros

Pessoas manifestam-se em apoio do candidato presidencial republicano, o antigo Presidente Donald Trump, em Huntington Beach, Califórnia, a 15 de julho
Pessoas manifestam-se em apoio do candidato presidencial republicano, o antigo Presidente Donald Trump, em Huntington Beach, Califórnia, a 15 de julho Direitos de autor Eric Thayer/Copyright 2024 The AP. All rights reserved
Direitos de autor Eric Thayer/Copyright 2024 The AP. All rights reserved
De Piero Cingari
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Uma vitória de Trump poderia provocar um impacto de 1% do PIB na economia da zona euro, sendo a Alemanha, a Itália e a Finlândia as mais afetadas. A renovação das exigências da NATO e a potencial cessação da ajuda dos EUA à Ucrânia poderão causar ainda mais tensões na Europa.

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A potencial reeleição de Donald Trump como presidente dos EUA representa uma ameaça significativa para a economia da zona euro, com os economistas a alertarem para um possível impacto de 150 mil milhões de euros, equivalente a cerca de 1% do produto interno bruto da região. Este impacto decorre das repercussões comerciais negativas previstas e do aumento das despesas com a defesa.

O recente tentativa de homicídio em Butler, na Pensilvânia, na qual o ex-presidente Trump sofreu uma lesão no ouvido, aumentou as probabilidades de reeleição. Os mercados colocam agora as hipóteses de vitória de Trump em 71%, um aumento significativo em relação aos números anteriores, enquanto o seu adversário político, Joe Biden, registou um declínio acentuado, com as hipóteses a caírem para 18% (contra valores de 45% há apenas dois meses).

Aumento da incerteza comercial e impacto económico das tarifas

Os economistas James Moberly e Sven Jari Stehn, do grupo financeiro Goldman Sachs, alertaram para a incerteza nas políticas comerciais globais, traçando paralelos com a volatilidade registada em 2018 e 2019. Argumentam que a postura comercial agressiva de Trump poderá reacender estas incertezas.

"Trump comprometeu-se a impor uma tarifa generalizada de 10% sobre todas as importações dos EUA, incluindo da Europa", sublinhou o Goldman Sachs numa nota recente.

Os economistas prevêem que o aumento da incerteza da política comercial pode resultar num declínio de 1% no produto interno bruto da área do euro.

A Alemanha e Itália vão ser as principais afetadas

A Alemanha deverá ser a principal afetada por este impacto. "Estimamos que os efeitos negativos da incerteza da política comercial sejam maiores na Alemanha do que no resto da zona euro, refletindo a sua maior abertura e dependência da atividade industrial", explicou o Goldman Sachs.

O relatório sublinhou que o sector industrial da Alemanha é mais vulnerável às perturbações comerciais do que outras grandes economias da zona euro, como a França.

Depois da Alemanha, prevê-se que a Itália e a Finlândia sejam o segundo e o terceiro países mais afetados, devido ao peso, relativamente maior, da atividade industrial nas suas economias.

De acordo com um estudo do Eurostat, publicado em fevereiro de 2024, a Alemanha (157,7 mil milhões de euros), a Itália (67,3 mil milhões de euros) e a Irlanda (51,6 mil milhões de euros) foram os três maiores exportadores da União Europeia para os Estados Unidos em 2023.

A Alemanha também manteve o maior excedente comercial (85,8 mil milhões de euros), seguida da Itália (42,1 mil milhões de euros).

Defesa, pressões de segurança e mudanças na situação financeira

Uma vitória de Trump poderá trazer novas pressões de defesa e segurança para a Europa. Trump tem insistido constantemente para que os membros da NATO cumpram os seus compromissos de despesa com a defesa de 2% do PIB. Atualmente, os membros da UE gastam cerca de 1,75% do PIB, o que implica um aumento de 0,25% para atingir o objetivo.

Além disso, Trump indicou que poderá cessar a ajuda militar dos EUA à Ucrânia, obrigando as nações europeias a intervir. Atualmente, os EUA atribuem cerca de 40 mil milhões de euros por ano (ou 0,25% do PIB da UE) para apoiar a Ucrânia.

Cumprir o requisito de 2% do PIB da NATO, em matéria de despesas de defesa e compensar a potencial redução da ajuda militar dos EUA poderia custar à UE mais 0,5% do PIB por ano.

Outras questões económicas decorrentes da potencial reeleição de Trump incluem o aumento da procura externa dos EUA (devido a reduções fiscais) e o risco de condições financeiras mais rigorosas impulsionadas por um dólar mais forte.

No entanto, o Goldman Sachs acredita que os benefícios de uma política orçamental mais flexível nos EUA seriam marginais para a economia europeia, com um aumento de apenas 0,1% da atividade económica.

"Uma vitória de Trump nas eleições de novembro implicaria provavelmente mudanças significativas nos mercados financeiros", escreveu o Goldman Sachs.

Se refletirmos sobre o que aconteceu no rescaldo das eleições de 2016, os rendimentos a longo prazo subiram, os preços das ações dispararam e o dólar valorizou significativamente. Apesar disso, o Índice de Condições Financeiras da área do euro (FCI) registou apenas um ligeiro "aperto", uma vez que um euro mais fraco contrabalançou as taxas de juro mais elevadas e os spreads soberanos mais alargados.

Em conclusão, a potencial reeleição de Trump poderá ter implicações económicas de grande impacto para a Europa, acentuando as incertezas comerciais e impondo novas exigências financeiras e de defesa.

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