Assistimos ao impacto negativo que os confinamentos generalizados estão a ter na economia global. Mas quais são as principais tendências que tem visto, em termos de consumidores e empresas, desde o início desta pandemia?
As perspetivas de negócio na era do coronavírus podem parecer bastante sombrias. Mas nem tudo são más notícias, com muitas empresas a encontrarem novas oportunidades na área do comércio eletrónico. Khalid Eligibali, da Mastercard falou-nos das tendências do comércio e de comportamento dos consumidores desde o início da pandemia global.
"Provavelmente seria incorreto dizer que a economia no seu conjunto foi afetada negativamente. Há segmentos, setores, que se encontram, na realidade, numa curva vertical mais acentuada. Dou-lhe um exemplo caricato. Estas plataformas de distribuição de entretenimento doméstico: até há três meses, eu só tinha uma. E hoje tenho cinco. E tenho a certeza de que há muitos mais consumidores, como eu, que tiveram de mudar de comportamento. Portanto, há segmentos e setores nesta economia que têm beneficiado.
Mas escusado será dizer que também há segmentos e setores, como os das viagens, da hospitalidade, do turismo, ou da restauração que foram afetados. E esses tiveram de mudar os modelos de negócio.
Não há melhor motivação do que a sobrevivência. Muitos dos fluxos tradicionais de receitas que se baseavam na visita física de clientes a determinadas lojas já não existem", revela.
Num relatório publicado recentemente, Khalid Eligibali revela ainda que o número de pessoas que agora fazem pagamentos sem dinheiro aumentou significativamente.
"Oito em cada 10 pessoas inquiridas afirmam estar preocupadas com o uso continuado de dinheiro, por causa de determinadas questões, ou preocupações... "Será que está suficientemente limpo? Será suficientemente seguro?" E assim por diante. E, muito curiosamente, 70 a 80 porcento dos consumidores dizem que simplesmente não vão utilizar dinheiro. Ponto final. Os clientes dizem que os hábitos vão mudar e vão mudar de vez. E muitas destas mudanças vão criar novos segmentos e novas indústrias também".
Terão os espectáculos ao vivo futuro?
Grande parte da indústria do entretenimento ao vivo é simplesmente incompatível com o distanciamento social. Mas será que isso significa o fim das casas de espectáculos lotadas e dos festivais esgotados"> Segmento publicitário apresentado por