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Denunciante australiano perde o recurso por divulgar informação sobre crimes de guerra

ARQUIVO - David McBride fala aos media no exterior do tribunal, em Camberra, em 2019.
ARQUIVO - David McBride fala aos media no exterior do tribunal, em Camberra, em 2019. Direitos de autor Rod McGuirk/Copyright 2000 The AP. All rights reserved
Direitos de autor Rod McGuirk/Copyright 2000 The AP. All rights reserved
De Tamsin PaternosterAP
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David McBride foi preso por ter divulgado aos media documentos confidenciais sobre alegações de crimes de guerra australianos no Afeganistão.

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David McBride, um antigo oficial do exército australiano que divulgou documentos confidenciais revelando alegados crimes de guerra no Afeganistão, perdeu o recurso para reduzir a pena.

Esta quarta-feira, três juízes do Tribunal de Recurso do Território da Capital Australiana (ACT) votaram unanimemente para manter pena de prisão de cinco anos e oito meses aplicada a David McBride, de 61 anos.

McBride foi condenado em maio de 2024 por ter roubado e entregado informação confidencial sobre crimes de guerra da Austrália no Afeganistão a três jornalistas entre 2014 e 2018.

Os juízes do tribunal de recurso escrevera que McBride começou a levar para casa cópias de centenas de documentos secretos depois de ficar "insatisfeito com o que considerava ser uma investigação excessiva e vexatória de alegados crimes de guerra cometidos por soldados australianos".

Contra a sua vontade, a informação que McBride partilhou tornou-se a premissa para uma série documental de investigação de 2017, The Afghan Files, da ABC News, que detalhava as alegadas atrocidades cometidas pelas tropas australianas no Afeganistão.

Manifestação de apoio a David McBride junto ao tribunal de Camberra, 14 de fevereiro de 2020.
Manifestação de apoio a David McBride junto ao tribunal de Camberra, 14 de fevereiro de 2020.AP Photo

Os juízes também rejeitaram o argumento de McBride que, como militar, tinha feito um juramento para agir a favor do interesse do público.

"Pelo contrário, o juramento obrigava o recorrente (McBride) a cumprir os seus deveres de acordo com a lei'", disseram os juízes num resumo da decisão.

McBride tem argumentado sistematicamente que agiu por dever ao divulgar a informação. Disse mesmo esperar que os australianos ficassem indignados com a decisão do Tribunal de Recurso.

"É à minha própria consciência e ao povo da Austrália que devo responder. Mantive o meu juramento perante o povo australiano", disse McBride, numa declaração através dos advogados.

Intenção de recorrer

A equipa jurídica de defesa confirmou que ia recorrer da decisão para o Supremo Tribunal do país, devido às implicações do caso para os denunciantes na Austrália.

"Acreditamos que só o Supremo Tribunal pode lidar corretamente com o imenso interesse público e com as questões constitucionais que estão no centro deste caso", argumentaram os advogados em comunicado.

Apelaram também à procuradora-geral do país, Michelle Rowland, que perdoasse McBride. Rowland, que foi nomeada para o cargo após a reeleição do Partido Trabalhista no início de maio, recusou-se a comentar o caso.

O Governo estava a considerar oferecer apoio adicional aos denunciantes do setor público, disse o seu gabinete.

O Human Rights Law Centre disse à ABC News que ficou surpreendido por o tribunal não ter reduzido a pena de McBride. "Penso que isso só vem sublinhar a farsa em curso que é a sua acusação", disse o diretor jurídico Associado do centro, Kieran Pender.

"O caso de David McBride e outros processos contra denunciantes nos últimos anos demonstraram o fracasso das nossas leis", acrescentou.

McBride pode ser considerado para liberdade condicional depois de ter cumprido dois anos e três meses da pena, o que significa que tem de permanecer atrás das grades até, pelo menos, agosto do próximo ano.

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